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Brasileiros são investigados na Argentina por importação
RODRIGO RÖTZSCH
DE BUENOS AIRES
Uma diplomata e um militar
brasileiros estão entre os investigados de mais de 40 nacionalidades em uma causa na Justiça argentina sobre a suposta
importação irregular de mais
de 98 carros por embaixadas.
O juiz Norberto Oyarbide pediu ao Ministério das Relações
Exteriores da Argentina detalhes sobre a situação diplomática de Maria Dulce Silva Barros
e Paulo Roberto Silva Xavier. A
Folha apurou que os dois foram incluídos na investigação
pela importação de um Mitsubishi Lancer que foi registrado
em nome de Xavier.
Maria Dulce ocupava o cargo
de ministra-conselheira na embaixada do Brasil e, como tal, tinha a função de autorizar a importação de carros por vias diplomáticas. Ela deixou o posto
no ano passado e agora é embaixadora do Brasil em Cabo
Verde. A Folha não conseguiu
falar com ela. Xavier também já
não está mais na embaixada de
Buenos Aires, onde desempenhou até o início de 2007 a função de adido naval.
A irregularidade na importação do Mitsubishi Lancer se
constitui no fato de este ser um
carro esportivo que não está
entre aqueles que podem usufruir de isenções tributárias
para serem importados por via
diplomática. Além disso, parte
dos 98 carros investigados foi
revendida antes do prazo legal
de pelo menos um ano -a Folha não conseguiu descobrir se
foi esse o caso do Mitsubishi.
A embaixada do Brasil em
Buenos Aires informou que
não foi procurada até agora pela Justiça argentina, mas que
responderá os eventuais pedidos pelas vias diplomáticas.
Além dos funcionários brasileiros, são investigados diplomatas de mais de 40 países, entre eles 15 embaixadores e dezenas de cônsules. Pela lei argentina, as embaixadas podem
pedir a permissão de importação de carros e não pagar a taxa
de importação de 35% e os impostos de 21%. Por um período
de um a quatro anos, o carro
não pode ser revendido.
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