São Paulo, segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

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Painel

RANIER BRAGON (interino) - painel@uol.com.br

Cartão verde

Criado em 2007 na gestão de Marina Silva (PT) no Ministério do Meio Ambiente, o Instituto Chico Mendes gastou R$ 1,8 milhão com cartões corporativos em 2008, 78% de tudo o que foi desembolsado por meio desse mecanismo na estrutura do ministério e todas as suas autarquias juntas (R$ 2,3 milhões).
Ao todo, 227 servidores usaram os cartões. As despesas foram feitas em mercadinhos, postos de gasolina e na compra de passagens de ônibus em Açailândia (MA), além de uma série de saques. A fatura lista gastos repetitivos, nos mesmos estabelecimentos, o que, pelas regras da CGU, seriam casos de licitação por não se tratar de despesa emergencial.

Corneta. Quando foi lançado, a partir do desmembramento do Ibama, o Chico Mendes foi alvo de críticas da oposição, para quem o órgão seria um "cabide" para empregar petistas.

Outro lado 1. A diretora de Planejamento e Administração do órgão, Silvana Canuto, afirma que as despesas com os cartões "foram feitas em trabalhos de campo, em local de difícil acesso", e foram destinadas à alimentação de brigadistas e voluntários, apoio e manutenção de imóveis e de conselheiros.

Outro lado 2. Ela diz também que "vários contratos nacionais" entrarão em vigor a partir de 2009, mas que, "em razão da peculiaridade da missão do instituto, mesmo tendo contratos previamente licitados, o cartão continuará sendo a alternativa para atendimento das demandas".

Bunker. Com medo de atentados após a ofensiva sobre a faixa de Gaza, a Embaixada de Israel decidiu reforçar suas instalações em Brasília. Um escritório que a embaixada mantém num centro comercial está ganhando placas de aço nas portas.

Dissidentes. Apesar do apoio declarado do PR à candidatura de Tião Viana (PT-AC) a presidente do Senado, os aliados de José Sarney (PMDB-AP) contabilizam pelo menos dois votos na bancada: César Borges (BA) e Expedito Júnior (RO).

Consolo. Na entrevista ao programa "Jogo do Poder", da CNT, que foi ao ar na semana passada, Arlindo Chinaglia (PT-SP) diz que acha "razoável" a tese de compensar o PT no ministério caso perca o Senado para o PMDB. "Mas quem decide é o presidente Lula", afirmou.

Propaganda. O primeiro evento organizado pela milionária assessoria de imprensa do Brasil no exterior, contratada pela Presidência, será um seminário em parceria com o jornal norte-americano "Wall Street Journal", em Nova York (EUA), no dia 16 de março. Lula e vários ministros estarão presentes, apresentando o Brasil como um dos países menos afetados pela crise internacional.

Esqueleto. O deputado que se eleger presidente da Câmara no próximo dia 2 terá como primeira tarefa descascar um pepino deixado por Garibaldi Alves (PMDB-RN). A medida provisória do perdão às filantrópicas, que o presidente do Senado "devolveu" ao Executivo, ainda está no Congresso, aguardando julgamento de recurso. Pelas regras da Constituição, "tranca" a pauta da Câmara no dia 4, data da primeira sessão de votação na Câmara em 2009.

Fechadura. "Trancar" a pauta significa que nenhum outro projeto pode ser votado antes dela. Ou seja, a Casa pode ficar engessada por um bom tempo, já que terá que aguardar o Senado resolver o problema. Ou devolve a MP ou a envia à Câmara.

Em série. Superado esse problema, há outro. A polêmica MP que autoriza BB e Caixa a adquirir instituições e empresas em dificuldades também bloqueia a pauta.


Tiroteio

"O PT tem que cumprir o que diz a legislação. O que não dá é para ter uma regra de prestação de contas individualizada para o partido."


Do tesoureiro da sigla, PAULO FERREIRA, criticando a proposta de divulgação mensal de doadores, que está no projeto de código de ética do PT.

Contraponto

Big Brother Senado

O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) finalizava uma votação durante sessão da Comissão de Ciência e Tecnologia quando o colega Gilvam Borges (PMDB-AP) entrou na sala de surpresa e foi imediatamente questionado sobre como votaria. Gilvam pediu alguns minutos para analisar a matéria, enquanto Salgado coçava o queixo, pensativo:
-Eu aguardo! Aliás, estava pensando agora como nós andamos dentro desta Casa... Está ali o Romeu Tuma, cada vez mais fininho porque está em todas as comissões. Eu mudo o canal da TV e ele está sempre lá!


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