São Paulo, domingo, 26 de fevereiro de 2006

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MASCARADOS

Máscaras de políticos envolvidos em crise são vendidas a até R$ 10

Rostos do "mensalão" são "bola da vez"

Bruno Miranda/Folha Imagem
No sent. horário, Genoino, Jefferson, Gushiken e Lula, em loja na ladeira Porto Geral, em SP


CRISTINA FIBE
DA REDAÇÃO

No primeiro Carnaval pós-"mensalão", alguns dos políticos envolvidos no escândalo não conseguirão ficar longe dos holofotes. Seus rostos estarão espalhados por festas e blocos de rua Brasil afora, em máscaras de até R$ 10 (preço de fábrica).
As peças tomam o lugar de reproduções de Saddam Hussein, Osama Bin Laden e George W. Bush, sucessos em 2005. "Este ano foi o do "mensalão'", diz o fabricante Armando Valles, 80.
Valles afirma que passou a confeccionar o acessório quando os personagens, teatrais, tomaram conta do noticiário -ele escolheu o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), o publicitário Marcos Valério de Souza, o ministro Antonio Palocci (Fazenda), o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-deputado José Dirceu (PT) e o ex-ministro Luiz Gushiken (Secom).
Proprietário da fábrica Condal, em São Gonçalo (RJ), Valles conta que começou a fazer máscaras de políticos em 1961, quando Jânio Quadros renunciou. Com a ditadura, Valles suspendeu a brincadeira, retomada com a eleição de Tancredo Neves, em 1985.
Na ladeira Porto Geral, na região da rua 25 de Março, centro de São Paulo, pelo menos três lojas vendem as peças. Melhem Feghali, dono das Lojas Millôr, conta que Jefferson, que tem direito a versão com olho roxo, é o segundo mais vendido, depois do presidente Lula. Gushiken está em último lugar. "É uma nuvem de vendas, daqui a pouco ninguém lembra", diz.
Valles calcula ter vendido, no ano passado, aproximadamente 90 mil peças do "mensalão", de um total de 300 mil fabricadas.


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