São Paulo, domingo, 26 de março de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TRANSPORTE
Presidente da associação das empresas de ônibus diz que as licitações na cidade são muito onerosas
Modelo de SP afeta pequenas empresas

FELIPE PATURY
da Reportagem Local


As pequenas e médias empresas de ônibus de São Paulo podem desaparecer. Os quatro maiores grupos, Constantino, Ruas, Belarmino e o antigo Baltazar, são os candidatos para ganhar a megaconcorrência que definirá os donos do transporte coletivo até 2010, um mercado de R$ 15 bilhões.
"O modelo definido em São Paulo vai acabar com as pequenas e médias empresas rapidamente, porque a licitação é muito onerosa para elas", diz o presidente da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbanos de Passageiros, Otávio Cunha.
Ele prevê que, se o modelo for exportado para outras cidades, o transporte de ônibus será explorado por de 10 a 20 empresas em cada um dos grandes municípios.Hoje, 53 empresas rateiam o mercado de ônibus em São Paulo. A licitação dividiu a capital em nove áreas de concessão. Oito serão licitadas. Uma, a da zona central, será de trânsito livre.
Segundo Otávio Cunha, a explicação para que as pequenas e médias empresas tendam a ficar de fora da concorrência é simples. As regras da licitação definem os vencedores por menor preço e maior oferta de veículos.
Cunha conta que regras semelhantes à da concorrência paulistana já foram implantadas em Belo Horizonte e Porto Alegre, onde o modelo de concorrência contribuiu para a concentração do faturamento do setor nos grandes grupos de empresas de ônibus.
Segundo estimativa do Transurb, o sindicato das empresas de ônibus da capital, nas concorrências dos dois municípios estava em disputa um mercado equivalente a apenas uma das oito áreas licitadas em São Paulo.
O secretário municipal de Transportes, Getúlio Hanashiro, concorda que o modelo é concentrador, mas ressalta que dá espaço para pequenas e médias empresas. "Ele permite o consorciamento, o que deve acontecer inclusive com as grandes empresas." Segundo ele, um dos objetivos da concorrência é reduzir o número de interlocutores com o governo.







Texto Anterior: Grafite
Próximo Texto: Pesquisa: Erundina consolida o segundo lugar
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.