|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Conselho chega a cinco
consensos sobre reforma
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os grupos de trabalho do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social que discutem a
reforma da Previdência chegaram
a cinco consensos ontem -incluindo o regime diferenciado para militares, ponto polêmico entre
servidores públicos-, mas foram
contra uma das principais propostas do próprio governo, a instituição do benefício líquido.
Essa mudança representaria
uma espécie de contribuição disfarçada para os futuros aposentados e vem sendo defendida pelo
ministro Ricardo Berzoini (Previdência), inclusive em conversas
com governadores.
Os conselheiros que se posicionaram de forma favorável ao benefício líquido registraram ressalvas, que não foram especificadas
no relatório divulgado pelo governo ontem. A contribuição de
inativos propriamente dita será
discutida na próxima reunião dos
dois grupos que debatem "benefícios e transição".
Todas as conclusões dos grupos, integrados por conselheiros,
técnicos e convidados, podem ser
revistas na reunião plenária do
conselho do dia 10 de abril, na
qual o ministro Tarso Genro (Desenvolvimento Econômico e Social) espera definir as diretrizes da
reforma a ser enviada pelo governo ao Congresso Nacional.
A decisão de criar um regime
previdenciário diferenciado para
os militares, cuja carreira foi considerada "uma função exclusiva
de Estado", está de acordo com a
posição de governo, assegurada
antes mesmo das discussões do
conselho. Porém, há resistências
entre servidores federais. Alguns
exigem o tratamento igualitário
para toda a categoria. Outros, como os magistrados, também pedem tratamento diferenciado.
Os participantes dos grupos foram unânimes ao excluir da proposta de reforma a definição da
forma de financiamento da previdência complementar.
Há a possibilidade de fixar o valor da contribuição, com benefício variável, ou vice versa. A indecisão reflete a divisão total do grupo sobre o regime dessa modalidade de previdência -público ou
privado. Esse item será decidido
pelo conselho em abril. Outros
dois consensos dizem respeito à
gestão da previdência, cujo grupo
já encerrou os trabalhos. Ficou
decidido que todos os recursos da
seguridade social sejam centralizados em um caixa único.
Também houve concordância
geral sobre a necessidade de ampliar a cobertura da previdência
para incluir os trabalhadores informais. Para isso, formas específicas de financiamento dos novos
benefícios teriam de ser estabelecidas.
(LEILA SUWWAN)
Texto Anterior: Agenda petista: Servidor diz que é "empurrado" para greve Próximo Texto: PT sob suspeita: Família Gabrilli pede ação de Lula Índice
|