São Paulo, sexta-feira, 26 de março de 2004

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PROCURADORIA

Rodrigo César Rebello Pinho, 47, vai suceder Luiz Antonio Guimarães Marrey, de quem foi chefe-de-gabinete

Alckmin nomeia procurador-geral de Justiça

JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), nomeou ontem Rodrigo César Rebello Pinho, 47, procurador-geral de Justiça do Estado, candidato que teve o apoio do atual chefe do Ministério Público estadual, Luiz Antonio Guimarães Marrey.
Pinho foi o escolhido de uma lista tríplice submetida a Alckmin nesta semana. Constavam da relação os três procuradores mais votados na eleição da instituição, que ocorreu no último sábado.
Divisões dentro do governo quanto à nomeação acabaram por postergar a escolha do governador, que tradicionalmente é feita um dia após a definição da lista.
O secretário da Segurança, Saulo de Castro Abreu Filho, um dos pré-candidatos tucanos à eleição municipal paulistana, foi entusiasta da candidatura de José Juarez Staut Mustafá, segundo lugar na votação, com 742 votos.
Primeiro colocado na lista, com 947 votos, Pinho contou com o apoio dos secretários Alexandre de Moraes (Justiça) e Gabriel Chalita (Educação).
Para setores do Ministério Público e do PSDB, no entanto, o nome Mustafá estava atrelado a administrações anteriores, como as dos ex-governadores Orestes Quércia (1987-1991) e Luiz Antonio Fleury (1991-1994).
Além de pesar o fato de Pinho ser o candidato de Marrey, que desde 1996 já foi três vezes procurador-geral, Alckmin optou pela cautela na sua escolha: a nomeação de Mustafá poderia deixar o clima ainda mais tenso dentro do PSDB paulista caso fosse interpretada como clara declaração de apoio à pré-candidatura de Saulo.
A relação do secretário da Segurança com Marrey também não é das melhores desde as investigações do Ministério Público sobre o assassinato de 12 supostos criminosos na operação conhecida como "Castelinho", em 2002.
A importância política do cargo de procurador-geral de Justiça vem da atribuição exclusiva de apresentar ações civis contra administradores públicos, entre os quais governadores acusados de dano ao patrimônio público.

Posse
Pinho, ex-chefe-de-gabinete de Marrey entre 2002 e 2003, deverá tomar posse na próxima segunda-feira. O mandato do procurador-geral é de dois anos.
Estava também na lista tríplice René de Carvalho, com 191 votos. Votaram na eleição 1.723 procuradores e promotores da ativa.


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