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Presidente retoma debate sobre CPMF e pede mais verba à saúde
RODRIGO VIZEU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TATUÍ
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressuscitou ontem a
defesa da CPMF, tributo extinto pelo Senado em 2007 e que
destinava recursos para a saúde. Ao lado da ministra Dilma
Rousseff (PT) e do governador
de São Paulo, José Serra
(PSDB), ambos pré-candidatos
à Presidência, Lula disse que a
questão precisa ser discutida
pelo próximo presidente.
"Quem quer que seja presidente da República depois de
mim vai ter que discutir mais
dinheiro para a saúde", disse.
Lula afirmou ter ficado "magoado e ofendido" quando a cobrança foi derrubada e chamou
a decisão de "mesquinharia".
O presidente e os dois pré-candidatos participaram da entrega de 650 ambulâncias do
Samu (Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência) que serão
distribuídas pelo país.
Lula também fez críticas aos
médicos, reclamando que eles
não aceitam ou cobram caro
para trabalhar no interior ou
em periferias. "É muito fácil ser
médico na avenida Paulista."
O presidente cobrou ainda
que o Conselho Federal de Medicina reconheça a atuação de
médicos formados em Cuba.
O presidente voltou a criticar
os meios de comunicação, afirmando que tem sido "apenas
um alertador das coisas equivocadas que acontecem no país e
que acontecem, consequentemente, na imprensa".
Pré-candidatos
Em discurso, Dilma voltou a
fazer comparações do governo
Lula com administrações passadas. Disse que "antes achavam que ou se distribuía renda
ou haveria desenvolvimento
econômico" e que, "ao contrário do que ocorria no Brasil, um
país, para ser uma grande economia, tem que ter atendimento [de saúde] de qualidade".
Ela citou o mote usado na
campanha em que Lula venceu
Serra em 2002. Disse que o país
vive um "sentimento que é a esperança, que mais uma vez vem
vencendo o medo".
Fora do palco, Serra -que foi
ministro da Saúde de FHC-
disse não acreditar que a ministra tivesse feito referência a
uma gestão específica. No discurso, ele aproveitou para ressaltar a contribuição de seu governo para o Samu. Disse que o
serviço federal funciona junto
com os hospitais do Estado e
que foi feita a "ação complementar" de entregar também
ambulâncias estaduais.
Mindinho
Em seu discurso, o presidente Lula disse que não teria perdido o dedo mínimo da mão esquerda se seu acidente tivesse
ocorrido hoje. Ele afirmou que,
em seu atual cargo, teria até implantado "um dedo maior".
"O médico olhou para a minha cara e falou: "Para que esse
peãozinho precisa de dez dedos?" e tirou o cotozinho. Poderia ter deixado o cotó para eu
poder coçar o nariz", brincou.
Ainda em tom de brincadeira, o presidente disse que se
considera portador de deficiência e que no início sentia vergonha da amputação e tinha dificuldades de lavar o rosto porque a água caía pelos dedos.
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