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JUDICIÁRIO
Ministro defende mecanismo para controlar Poder e responsabiliza primeira instância por lentidão dos processos
Bastos quer reforma com controle externo
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, criticou ontem o
projeto para a reforma do Judiciário que tramita há 12 anos no
Congresso, apontou como principal problema para lentidão da
Justiça o andamento dos processos na primeira instância e reafirmou a idéia de criar um mecanismo de controle externo.
Ele afirmou que já existe uma
comissão no ministério estudando propostas para a reforma e
que, na próxima semana, já estará
funcionando a Secretaria de Reforma do Poder Judiciário.
Segundo Thomaz Bastos, o projeto que tramita no Congresso
não resolveria o problema do Judiciário. "A proposta atual é um
conjunto de medidas justapostas,
elaboradas após pressão de diversos lobbies. É uma colcha de retalhos que, se aprovada, não trará
nenhuma modificação."
O ministro afirmou que não
pretende desprezar os trabalhos
que já foram feitos, mas apontou
como fundamental a realização
de um diagnóstico do sistema, para localizar os pontos de "estrangulamento" que impedem a Justiça de fluir. Segundo ele, a primeira instância, por exemplo, precisaria ser acelerada.
Ele também defendeu o controle externo citado pelo presidente
Lula nesta semana. "Somos a favor de um controle externo. Em
1988, participei de um projeto
desse tipo, que foi vetado. Se tivesse sido aprovado, talvez tivéssemos hoje um outro Judiciário."
O ministro, porém, não definiu
prazos para a elaboração de uma
nova proposta de reforma. "É temerário definir um prazo, não é
uma reforma que pode ser feita
imediatamente", disse ele.
O ministro inaugurou ontem
seu gabinete na Superintendência
da Polícia Federal em São Paulo.
A partir de agora, ele despachará
um vez por semana na cidade.
Marco Aurélio de Mello, presidente do STF (Supremo Tribunal
Federal), disse ontem concordar
com o posicionamento de Thomaz Bastos de iniciar a reforma
do zero. "Antes do atual governo,
eu já dizia que o que se encontrava no Congresso não reflete uma
esperança de dias melhores no
âmbito do Judiciário em termos
de celeridade. E quem sabe surja
alguma coisa mais criativa e que
viabilize o desfecho dos processos
em tempo mais razoável."
STF
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva deverá escolher, até o final
da próxima semana, os nomes
dos três novos ministros do STF.
Na segunda-feira, os nomes serão
enviados ao Congresso.
De acordo com o ministro da
Justiça, que afirmou já ter entrevistado todos os candidatos, o
principal critério para a escolha
será, além do saber jurídico, a disposição para mudanças.
Os indicados ocuparão as vagas
dos atuais ministros Moreira Alves, Sydney Sanches e Ilmar Galvão, que estão se aposentando.
São bastante prováveis as escolhas do procurador regional da
República no Rio Joaquim Barbosa e do desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Antônio Cezar Peluso. O Planalto quer
um advogado do Nordeste para a
terceira vaga.
(SIMONE IWASSO)
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