São Paulo, domingo, 26 de abril de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Vento a favor

Depois do pedido do procurador-geral da República para que seja rejeitada a denúncia relativa à "máfia do lixo" em sua gestão como prefeito de Ribeirão Preto, Antonio Palocci está próximo de obter uma vitória em sua pendência mais rumorosa com a Justiça: o pedido de abertura de processo criminal por violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, em 2006.
A denúncia irá ao plenário do Supremo Tribunal Federal no mês que vem. A maioria dos ministros considera não haver prova da participação do ex-ministro da Fazenda na obtenção dos extratos do caseiro. Restaria decidir se os indícios são suficientes para abrir o processo. A tendência da Corte é dizer que não.



Deu pau. Hit na internet, a refrega entre Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa não foi mencionada entre as notícias do site do STF. Há apenas uma chamada para a íntegra da nota oficial dos ministros lamentando o episódio.

Gelol. Uma das maldades que passaram a ser ouvidas no corredor do Supremo depois do arranca-rabo de quarta é que Joaquim Barbosa, sem prejuízo das licenças tiradas para tratar da coluna, não deixa de comparecer ao futebol que ocorre regularmente na casa do advogado-geral da União, José Antonio Toffoli.

Profeta. Do deputado do castelo, Edmar Moreira, pivô do escândalo que deu origem à série na Câmara, em 8 de fevereiro: "O que era para ser um momento de alegria vem se tornando uma sangria".

Estratégico. Espécie de "cliente gold" das passagens da Câmara, o funcionário do Senado João Carlos Zoghbi controlava, quando na diretoria de Recursos Humanos, as listas de funcionários e empresas terceirizadas atuando na Casa. É permanente o lobby de deputados para instalar aliados nesses cargos.

Segredo. A menos de uma semana do final do prazo para apresentar o estudo de "reestruturação" do Senado, a Fundação Getúlio Vargas ainda não teve acesso à folha de pagamentos dos funcionários da Casa. Os cerca de 20 técnicos da FGV avaliam que dificilmente o prazo será cumprido.

Hermanos 1. Lula encomendou à equipe econômica um estudo para reforçar as linhas de crédito a exportações de produtos e serviços para a América do Sul. O presidente quer aumentar em até US$ 20 bi a capacidade de financiamento, estabelecendo limites maiores por país. Não há dinheiro no Orçamento para tanto. Uma alternativa em estudo é utilizar recursos das reservas internacionais.

Hermanos 2. Lula argumenta que, em tempos de recursos escassos, quem oferece financiamento vende mais. É o que tem feito a China, diz o presidente. Ele vê benefícios para os índices de emprego, as empresas brasileiras e os laços com a vizinhança.

Corujão. Na primeira visita de um presidente brasileiro à Arábia Saudita, Lula terá, na semana que vem, uma agenda essencialmente noturna. As reuniões com autoridades e empresários locais ocorrerão depois do jantar, dado o calor escaldante no Oriente Médio nesta época do ano.

Básico. Slogan do vídeo preparado pelo Ministério da Educação para marcar a inauguração de quatro escolas técnicas em Goiás, na sexta-feira: "Ganha os alunos e ganha os empresários". O autor faltou à aula de concordância entre sujeito e verbo.

Dalit. Jaques Wagner será recepcionado hoje em Salvador, ao retornar de um giro pela Índia, com um pedido explícito do PT para que afaste os aliados do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) da administração estadual e rompa com o PMDB de uma vez por todas. O governador nem de longe tem essa mesma convicção.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Geddel faz parte do MSN, o Movimento dos Sem Norte. Seu papel como ministro é institucional, não de ir para a rua fazer pressão contra o governo Lula."

Do deputado ZEZÉU RIBEIRO (PT-BA) sobre o apoio dado pelo ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) à marcha dos prefeitos para protestar contra a queda nos repasses, marcada para amanhã.

Contraponto

"Educação, tenho demais"

O barraco da semana no STF remete a um enfrentamento entre os generais Ernesto Geisel e Pery Bevilaqua quando membros do Superior Tribunal Militar, episódio descrito no livro "A Ditadura Derrotada", de Elio Gaspari.
Os dois se estranharam no julgamento do habeas corpus de um livreiro. Pery aparteou o voto de Geisel. Este o advertiu de que não admitia ser interrompido.
-Vossa excelência é um mal-educado e não precisa levantar a voz- rebateu Bevilaqua.
-Educação, tenho demais.
-Então tem que demonstrar- arrematou Bevilaqua.
E se pôs de pé.


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