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Por Tuma, PP assedia PTB em São Paulo
Sem espaço na chapa tucana, que optou pelo PMDB, petebistas recebem aceno do PP, que cobiça os votos do senador
Campos Machado afirma ser fiel a Alckmin, mas não esconde desagrado com lideranças do PSDB, a quem chama de "prepotentes"
ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL
A falta de espaço na aliança
tucana em São Paulo pode empurrar o PTB rumo a uma aproximação com o PP no Estado.
O partido, aliado histórico
dos tucanos, é cobiçado por pepistas para uma chapa estadual
que agregaria as candidaturas
de Celso Russomano (PP-SP)
ao governo e de Romeu Tuma
(PTB-SP) ao Senado.
Na última semana, o presidente estadual do PTB, deputado estadual Campos Machado,
anunciou a decisão de manter a
candidatura de Tuma à reeleição. O PTB esperava uma das
vagas ao Senado na aliança tucana, mas foi preterido pelo
PMDB, de Orestes Quércia.
Apesar da promessa de fidelidade a Geraldo Alckmin
(PSDB), pré-candidato ao governo, de quem é amigo, Machado não esconde o descontentamento com o PSDB. Chega a chamar algumas lideranças
de "prepotentes" e "arrogantes". "Ao contrário de alguns dirigentes tucanos, nós damos
valor à palavra lealdade", diz
ele, relembrando que, em 2008,
apoiou Alckmin à Prefeitura de
São Paulo, enquanto o PMDB e
parte dos tucanos ficaram com
o DEM.
O descontentamento do líder
petebista é visto como uma
oportunidade para o PP ampliar suas chances de aliança no
Estado. O partido definiu a candidatura de Russomano, deputado federal, ao governo. Paulo
Maluf (PP-SP), maior liderança
no Estado, concorre à reeleição
na Câmara. Para o partido, um
nome forte ao Senado, como o
de Tuma, traria força à chapa.
Uma liderança pepista confirma o interesse no PTB, argumentando que Romeu Tuma
tem um eleitorado semelhante
ao de Maluf no Estado.
Pesquisa Datafolha feita no
final de março sobre a corrida
ao Senado em São Paulo mostra Tuma em segundo lugar,
com 25% das intenções de voto,
à frente de Quércia (PMDB),
com 22%. Bem mais atrás, com
6% das intenções, vem Aloysio
Nunes Ferreira (PSDB).
Segundo Machado, o partido
não tem interesse na vaga de vice de Geraldo Alckmin e está
determinado a levar adiante a
"irreversível" candidatura de
Tuma. A decisão, ratificada pela Executiva estadual e pelo
presidente nacional da sigla,
Roberto Jefferson, quebra uma
aliança de 14 anos entre PTB e
PSDB em São Paulo.
Até o momento, a definição
do partido é sair em uma chapa
solo no Estado, sem candidato
ao governo. Uma parceria com
o PP no primeiro turno, entretanto, ampliaria o tempo de TV
de ambos os candidatos.
Além da crise com o PTB, os
tucanos precisam administrar
problemas internos. O deputado federal José Aníbal (SP) está
determinado a levar para as
prévias do partido a definição
de quem será o candidato ao senado pelo PSDB -ele ou Nunes
Ferreira.
Mesmo com poucas chances
de interferir nas negociações, o
PT sonha em ver PP e PTB juntos em São Paulo. A aliança tornaria quase certo um segundo
turno na disputa ao governo do
Estado e atrapalharia a coligação oficial entre PTB e PSDB
em nível nacional.
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