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Painel
Cenário federal
A expectativa de políticos e auxiliares próximos a FHC e ACM
é que a relação dos dois melhore.
ACM, sem Luís Eduardo, tende
a se atritar menos com o presidente, coisa que fazia para criar
uma raia política para o projeto
presidencial do filho em 2002.
O preço
A união FHC-ACM significaria
um fortalecimento do presidente no eventual 2º mandato e deixaria os partidos aliados em 2º
plano. Resta saber se o presidente está disposto a dar uma contrapartida grande de poder ao
senador. E se o PSDB deixa.
Contraste acentuado
Se se entender com FHC, ACM
se tornará maior que o PFL. Antes, Luís Eduardo fazia a ponte
com o Planalto, mas Marco Maciel e Jorge Bornhausen ajudavam. Se a ligação for direta, esses
dois viram coadjuvantes.
Segundo time
Tucanos e pefelistas se preocupam com uma sintonia fina entre a Presidência da República e
a do Congresso. Um eixo de poder forte e harmônico como esse
diminuiria muito a importância
dos outros atores políticos.
Pepebista em baixa
Maluf vê com desespero um
casamento entre FHC e ACM. O
PFL vai manter a coligação para
a sucessão paulista, mas o compromisso acaba aí. Luís Eduardo
era o principal motivo para o
carlismo ter se reaproximado, a
contragosto, do malufismo.
Sem bandeira
Razões para ACM melhorar o
relacionamento com FHC: 1)
sem Luís Eduardo, perde o projeto político com o qual sonhava
tanto e 2) ficou comovido com o
fato de o presidente ter abandonado missão oficial no exterior
para homenagear o seu filho.
Sem trator
Razões para FHC melhorar o
relacionamento com ACM: 1)
imobiliza a maior fonte de confusão no eventual 2º mandato e
2) se conquistar o pefelista, terá
alguém capaz de brigar por ele
no melhor estilo Serjão.
Rápido no gatilho
Leitura feita no Congresso sobre o convite de Serra para Inocêncio Oliveira ocupar o posto
de líder do governo: o tucano
saiu na frente em busca do espaço deixado por Serjão. E tentando amaciar Inocêncio, o pefelista que mais lhe cria obstáculos.
Ninho de cobras
Tasso foi aconselhado a não
vir para Brasília sem mandato.
Para não ser engolido por outros
tucanos que disputam o espaço
de Serjão junto a FHC. Mas ele
prefere não disputar a reeleição
ao governo do Ceará. E Ciro topa acordo sobre a sucessão local.
Aí não tem acordo
Uma aproximação entre FHC
e ACM diminuiria conflitos regionais, mas não os eliminaria.
PSDB, PFL, PMDB e PPB continuariam com os mesmos motivos para brigar pelos governos
estaduais e para eleger as maiores bancadas legislativas.
Medalha de bronze
Caciques do PMDB, partido
que se aproximava do PSDB para compensar o afastamento do
PFL, que namorava o PPB, estão
preocupados com a eventual
união política FHC-ACM.
Tentação regional
Uma pesquisa recente sobre a
eleição do Pará deixou Jader
Barbalho ainda mais impaciente. Enquanto o PMDB nacional
não se entende sobre a presidência da sigla, na sucessão estadual
ele está com 45% das intenções
de votos contra 31% do governador tucano, Almir Gabriel.
Quer sair do gueto
Lula recebe um grupo de líderes empresariais amanhã em São
Paulo: Paulo Scaff (setor têxtil),
Mário Bernardini (máquinas),
Claudio Vaz (autopeças) e
Eduardo Capobianco (construção). Pauta: indústria nacional.
Medida correta
O Ibama conseguiu a inclusão
do mogno na Cites (convenção
de proteção de espécies ameaçadas). A partir de 26 de junho, o
comércio internacional da madeira passa a ser controlado.
TIROTEIO
De Padre Roque (PT-PR), sobre a divergência entre líderes
governistas a respeito do melhor
momento para votar a reforma
da Previdência:
- A data não é problema.
Com a composição fisiológica
da base do governo e a partida
dos dois maiores fiadores das
negociatas entre Congresso e
Executivo (Sérgio Motta e Luís
Eduardo), as reformas não serão
aprovadas nunca.
CONTRAPONTO
Amnésia provocativa
No começo de 1989, depois de
ter deixado a Prefeitura de São
Paulo, Jânio Quadros e a mulher, Eloá, viajaram para Paris.
Lá, encontraram amigos, entre
os quais Augusto Marzagão.
Naquele ano, o Brasil voltaria a
ter eleições diretas para presidente após quase 30 anos. A última fora em 60 (em 64 instalou-se o regime militar e acabaram os pleitos diretos para o Planalto). Jânio era tido como um
possível presidenciável.
Jânio e Marzagão resolveram
sair para um passeio pela avenida Champs-Elysées, a mais famosa de Paris.
De repente, cruzaram com um
grupo de turistas brasileiros.
Um homem olhou Jânio e disse:
- Presidente, o sr. sabe quem
eu sou? Pense bem. Pense bem.
Em silêncio, Jânio tentava se
lembrar, mas o turista insistiu...
- Pense bem, se esforce. O sr.
sabe quem eu sou?
Jânio perdeu a paciência:
- Se o sr. não sabe quem o sr.
é, como é que eu vou saber?l
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