São Paulo, domingo, 26 de maio de 2002

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PAINEL

Alvo único
FHC orientou Serra a priorizar o embate com Lula desde já, sem se preocupar muito com Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB), apesar do empate técnico entre eles nas pesquisas. É a mesma estratégia de bipolarização adotada pelo PT.

Fator grotão
Para FHC, além de debater com Lula, Serra tem de se preocupar em firmar acordos com os caciques regionais, a fim de ganhar pontos nas pesquisas com o eleitor dos grotões do país.

Função palaciana
Francisco Dornelles (PPB-RJ) foi, a pedido de FHC, o articulador da aliança entre o PFL de Cesar Maia e o PSDB no Rio.

Estoque estratégico
Prevendo o bombardeio de Serra e afins, o PT preferiu não usar, por ora, os 20 comerciais de TV a que tem direito. Deixará para o fim de junho ou para responder a eventuais ataques.

Só na boa
Lula deverá adotar uma postura mais reservada na campanha. Não irá a todos os eventos a que for convidado e falará apenas quando necessário. A fim de evitar cometer erros que possam prejudicá-lo nas pesquisas.

Chances medidas
Ciro Gomes avalia que precisa chegar ao horário eleitoral com 15% nas pesquisas para sua candidatura ter competitividade. Na campanha, se conseguir atingir 23%, aposta que irá ao segundo turno contra Lula.

Cálculo otimista
Ciro analisa que cerca de 30% do eleitorado está fechado com Lula, o que levará o petista ao segundo turno. Serra herdará cerca de 20% dos votos dos que aprovam FHC. Seu alvo são os 50% de eleitores hoje flutuantes.

Apelido clonado
Slogan de Prisco Viana, pré-candidato do PMDB ao governo da Bahia e adversário histórico de ACM (PFL), a ser exibido amanhã no programa regional de TV do partido: "Cabeça branca, mas sem malvadeza".

Dobradinha trabalhista
Ciro Gomes (PPS) e o ex-governador Leonel Brizola (PDT) gravarão juntos, no Rio de Janeiro, durante a semana, o programa de TV partidário do PDT, a ser exibido no próximo dia 3.

Na arena
FHC trabalha pessoalmente para convencer Romeu Tuma (PFL) a aceitar ser o vice na chapa do tucano Geraldo Alckmin. O presidente quer abrir espaço para uma coligação dos tucanos de SP com o PMDB de Quércia e dar um empurrão na candidatura de José Aníbal ao Senado.

Detalhe enorme
Com Tuma na chapa de Alckmin, além de acomodar Quércia e José Aníbal, o PSDB ganharia uma blindagem na área da segurança pública, tema usado por Paulo Maluf para atacar o governador. Problema: líder nas pesquisas para o Senado, Tuma não quer ser vice do tucano.

Dissidência nordestina
Gilvan Freire, pré-candidato ao governo da Paraíba pelo PSB com apoio do PT, decidiu afastar-se da presidência do partido no Estado. Defende que Garotinho (PSB) abandone a disputa presidencial em favor de Lula, caso não chegue, até junho, a 20% nas pesquisas.

Broca sem ponta
Segundo o pré-candidato do PSB ao governo da PB, além da questão eleitoral, há outra "divergência" com Garotinho. Diz ser inviável a proposta do ex-governador do Rio de resolver a seca no Nordeste com a simples abertura de poços artesianos.

Lembrança pedetista
A convenção do PDT-RJ será no dia 12 de junho, em Petrópolis. Em homenagem a Roberto Silveira, pai de Jorge Silveira, pré-candidato ao governo do Rio, que morreu em um acidente aéreo na cidade em 1961.

TIROTEIO

De Francisco Fausto, presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), sobre as investigações que o tribunal realizará a respeito da remuneração dos negociadores das comissões prévias de conciliação:
- Vamos destruir essa máquina de extorquir dinheiro dos trabalhadores.

CONTRAPONTO

Lazer produtivo

O senador Gerson Camata (PMDB-ES), marido da pré-candidata a vice na chapa de José Serra (PSDB), Rita Camata, tem como hobby frequentar a feira do Paraguai, em Brasília.
A feira é famosa por vender produtos eletrônicos, muitos deles contrabandeados, e bugigangas importadas.
Certo dia, Camata chegou atrasado a um almoço e explicou aos anfitriões que estava na feira comprando "material de campanha".
- Mas o que pode ser útil para a sua campanha na feira do Paraguai? - perguntou o dono da casa.
O senador explicou que comprara uma caixa de óculos e outra de canivetes de múltiplo uso para entregar aos eleitores. Pagara R$ 1 por cada peça.
Questionado se os presentes rendiam votos, foi direto:
- É infalível. Um óculos, um voto. Um canivete, dois votos.


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