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São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 2003

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OUTRO LADO

UDR não possui milícias, afirma Nabhan Garcia

DA AGÊNCIA FOLHA

Luiz Antonio Nabhan Garcia, o presidente nacional da UDR (União Democrática Ruralista), com sede em Presidente Prudente (SP), disse ontem que os fazendeiros do Pontal do Paranapanema estão preocupados com a reorganização do MST na região.
"Esse papo de milícia de fazendeiros não existe. O que há de verdade é um cansaço da nossa classe. Ninguém vai ficar inerte às invasões de terra, pode ter certeza", disse Nabhan, que na semana passada enviou um ofício à Secretaria Estadual da Segurança Pública alertando sobre a tensão na região.
Neste ano, a meta do governo paulista é assentar pelo menos mil famílias no Pontal do Paranapanema, cerca de 20% do que o líder sem-terra José Rainha Jr. pretende reunir em apenas um acampamento.
Segundo o Itesp (Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo), há uma lista de 1.400 famílias cadastradas na região. "Elas serão priorizadas", disse o secretário-executivo do Itesp, Jonas Villas Boas. Dos cerca de 1,1 milhão de hectares do Pontal, pelo menos 473 mil representam terras devolutas já discriminadas. Outros 220 mil, segundo o Itesp, estão sendo analisados pela Justiça.
O secretário-executivo do Itesp disse que o governo do Estado depende de verbas federais para consolidar suas metas de assentamento. Segundo ele, com o dinheiro vindo do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), o Itesp paga as benfeitorias das fazendas devolutas, sendo 30% em dinheiro e o restante por meio de TDAs (Títulos da Dívida Agrária).
"Outro problema neste ano tem sido a valorização das terras por causa da expansão da soja. Com isso, as negociações com os fazendeiros ficam mais difíceis", disse Villas Boas.
(EDUARDO SCOLESE)


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