São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / DATAFOLHA

Serra perde 7 pontos, mas vence em SP no 1º turno

Tucano tem 56% (71% dos votos válidos); Mercadante oscila de 16% para 17%

Na capital, principal alvo da onda de violência do PCC, ex-prefeito caiu 11 pontos e petista, favorecido por exposição na TV, ganhou 7


FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-prefeito paulistano José Serra (PSDB) continua favorito na disputa ao governo de São Paulo e com grandes chances de vencer a eleição no primeiro turno, em 1º de outubro.
Mas a vantagem do tucano sobre seus adversários diminuiu em relação a abril, revela pesquisa Datafolha realizada entre os dias 23 e 24 de maio -a primeira feita depois dos atentados do PCC (Primeiro Comando da Capital) no Estado.
Se a eleição fosse hoje, Serra estaria eleito. Ele alcançaria 71% dos votos válidos (excluídos brancos, nulos e indecisos) no cenário mais provável, sem o ex-governador Orestes Quércia (PMDB). Com Quércia no páreo, o ex-prefeito teria 64% dos votos válidos.
Entre o levantamento feito no início de abril e agora no cenário sem Quércia, Serra caiu sete pontos, de 63% para 56%.
Seu principal adversário, Aloizio Mercandante (PT) não se beneficiou com a queda. No levantamento geral no Estado, ele apenas oscilou, de 16% para 17%, apesar de ter aparecido com destaque em programa político do PT na noite de segunda-feira, véspera dos dois dias do campo da pesquisa.
A redução das intenções de voto em Serra acabou desaguando na taxa de indecisos, que subiu de 4% para 9%, e na dos que pretendem anular ou votar em branco, que oscilou de 10% para 12%.
As maiores variações entre os dois adversários, no entanto, ocorreram na capital paulista, principal alvo dos ataques do PCC e da reação policial posterior. No total, a onda de violência deixou cerca de 150 mortos, entre civis e policiais.
Sem Quércia na disputa, Serra caiu 11 pontos na capital que governou até março, passando de 59% para 48%. Entre o mesmo eleitorado, Mercadante evoluiu sete pontos, subindo de 17% para 24%.
O peso específico da cidade de São Paulo no eleitorado estadual é de 28,6%.
Serra é tucano assim como o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, responsabilizado por adversários pelos problemas de segurança no Estado. Após os ataques, Serra também foi alvo de críticas por não ter se manifestado prontamente sobre a violência.
Em todo o Estado, o ex-prefeito tucano perdeu ainda oito pontos entre os eleitores com nível superior de escolaridade (caiu de 66% para 58%), enquanto Mercadante subiu três, de 19% para 22%.
A intenção de voto espontânea em José Serra também caiu, de 19% em abril para 14% hoje. A de Aloizio Mercadante melhorou. Ele era citado por 1% em abril. Hoje, 5% lembram de seu nome espontaneamente como candidato ao governo.

Cenário com Quércia
Na hipótese de o ex-governador Orestes Quércia concorrer, ele teria hoje 9% das intenções de voto. Ele tinha 12% em abril.
Quércia ficaria seis pontos atrás de Mercadante (15%) e 43 atrás de Serra (52%).
Nesse mesmo cenário, Carlos Apolinário (PDT) teria 3%, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) 1% e Beto Mansur (PP) 1%. Os brancos e nulos somariam 11% e os indecisos, 8%.
A pesquisa Datafolha feita esta semana foi a primeira realizada somente entre eleitores, ao contrário das anteriores deste ano, que ouviam a população em geral acima de 16 anos. O levantamento também foi o primeiro realizado em parceria entre a Folha e a Rede Globo.
A pesquisa ouviu 1.884 eleitores em 54 municípios do Estado de São Paulo. A margem de erro máxima do levantamento em todo o Estado é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Na capital, a margem de erro é de três pontos.


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