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ELEIÇÕES 2006 / DATAFOLHA
Serra perde 7 pontos, mas vence em SP no 1º turno
Tucano tem 56% (71% dos votos válidos); Mercadante oscila de 16% para 17%
Na capital, principal alvo da onda de violência do PCC, ex-prefeito caiu 11 pontos e petista, favorecido por exposição na TV, ganhou 7
FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-prefeito paulistano José Serra (PSDB) continua favorito na disputa ao governo de
São Paulo e com grandes chances de vencer a eleição no primeiro turno, em 1º de outubro.
Mas a vantagem do tucano
sobre seus adversários diminuiu em relação a abril, revela
pesquisa Datafolha realizada
entre os dias 23 e 24 de maio -a
primeira feita depois dos atentados do PCC (Primeiro Comando da Capital) no Estado.
Se a eleição fosse hoje, Serra
estaria eleito. Ele alcançaria
71% dos votos válidos (excluídos brancos, nulos e indecisos)
no cenário mais provável, sem
o ex-governador Orestes Quércia (PMDB). Com Quércia no
páreo, o ex-prefeito teria 64%
dos votos válidos.
Entre o levantamento feito
no início de abril e agora no cenário sem Quércia, Serra caiu
sete pontos, de 63% para 56%.
Seu principal adversário,
Aloizio Mercandante (PT) não
se beneficiou com a queda. No
levantamento geral no Estado,
ele apenas oscilou, de 16% para
17%, apesar de ter aparecido
com destaque em programa político do PT na noite de segunda-feira, véspera dos dois dias
do campo da pesquisa.
A redução das intenções de
voto em Serra acabou desaguando na taxa de indecisos,
que subiu de 4% para 9%, e na
dos que pretendem anular ou
votar em branco, que oscilou de
10% para 12%.
As maiores variações entre
os dois adversários, no entanto,
ocorreram na capital paulista,
principal alvo dos ataques do
PCC e da reação policial posterior. No total, a onda de violência deixou cerca de 150 mortos,
entre civis e policiais.
Sem Quércia na disputa, Serra caiu 11 pontos na capital que
governou até março, passando
de 59% para 48%. Entre o mesmo eleitorado, Mercadante
evoluiu sete pontos, subindo de
17% para 24%.
O peso específico da cidade
de São Paulo no eleitorado estadual é de 28,6%.
Serra é tucano assim como o
ex-governador de São Paulo
Geraldo Alckmin, responsabilizado por adversários pelos problemas de segurança no Estado. Após os ataques, Serra também foi alvo de críticas por não
ter se manifestado prontamente sobre a violência.
Em todo o Estado, o ex-prefeito tucano perdeu ainda oito
pontos entre os eleitores com
nível superior de escolaridade
(caiu de 66% para 58%), enquanto Mercadante subiu três,
de 19% para 22%.
A intenção de voto espontânea em José Serra também
caiu, de 19% em abril para 14%
hoje. A de Aloizio Mercadante
melhorou. Ele era citado por
1% em abril. Hoje, 5% lembram
de seu nome espontaneamente
como candidato ao governo.
Cenário com Quércia
Na hipótese de o ex-governador Orestes Quércia concorrer,
ele teria hoje 9% das intenções
de voto. Ele tinha 12% em abril.
Quércia ficaria seis pontos
atrás de Mercadante (15%) e 43
atrás de Serra (52%).
Nesse mesmo cenário, Carlos Apolinário (PDT) teria 3%,
Plínio de Arruda Sampaio
(PSOL) 1% e Beto Mansur (PP)
1%. Os brancos e nulos somariam 11% e os indecisos, 8%.
A pesquisa Datafolha feita esta semana foi a primeira realizada somente entre eleitores,
ao contrário das anteriores
deste ano, que ouviam a população em geral acima de 16
anos. O levantamento também
foi o primeiro realizado em
parceria entre a Folha e a Rede
Globo.
A pesquisa ouviu 1.884 eleitores em 54 municípios do Estado de São Paulo. A margem
de erro máxima do levantamento em todo o Estado é de
dois pontos percentuais, para
mais ou para menos. Na capital, a margem de erro é de três
pontos.
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