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Conselho de Ética deve discutir caso Renan na quarta
Corregedor do Senado já havia marcado sessão para instalação do conselho da Casa, que estava desativado desde fevereiro
Dentro do PMDB, o discurso é cauteloso, mas membros do partido vêem no caso chance de enfraquecer o poder do senador na sigla
SILVIO NAVARRO
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O caso do presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), deve ser discutido
no Conselho de Ética na próxima quarta. O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP),
havia marcado anteontem uma
sessão na próxima quarta para
instalar o conselho, que está
desativado desde fevereiro.
"Foi uma bruta coincidência", disse o senador Jefferson
Péres (PDT-AM), referindo-se
ao escândalo que veio à tona
ontem. Segundo reportagem da
revista "Veja", um lobista da
empreiteira Mendes Júnior
custeava despesas do senador.
Péres afirmou que será inevitável discutir o assunto. "Falta
esclarecer se ele usou ou não o
Cláudio Gontijo [lobista] como
intermediário", disse.
Ontem, Renan ligou para senadores em busca de apoio. O
presidente do Congresso teria
lido para eles, antes da divulgação da nota à imprensa. Para
abrir um processo contra um
senador no Conselho de Ética é
necessário que um partido ou a
Mesa Diretora do Senado apresentem representação.
A bancada do PMDB no Senado marcou reunião também
na quarta para tratar das denúncias contra o presidente do
Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL). Uma ala do partido já defende que o caso seja levado ao Conselho Nacional,
instância máxima da sigla.
Apesar do discurso cauteloso, peemedebistas vêem no caso uma chance de enfraquecer
Renan no partido. Nos bastidores, também avaliam que ele
poderia se licenciar do cargo se
sua versão não estancar as suspeitas na próxima semana.
"Temos de ouvir explicações
do senador, saber o que é verdade e o que é mentira, e a depender das explicações convoca-se o conselho", disse o senador Pedro Simon (PMDB-RS),
adversário de Renan na sigla.
O líder do PMDB no Senado,
Valdir Raupp (RO), disse que
"até que se comprove materialmente a denúncia, a pessoa é
inocente". Reservadamente, a
cúpula peemedebista trocou
informações ao longo do dia, e
avaliou que ainda é cedo para
ter diagnóstico do estrago político causado pelas denúncias.
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