São Paulo, sábado, 26 de maio de 2007

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Conselho de Ética deve discutir caso Renan na quarta

Corregedor do Senado já havia marcado sessão para instalação do conselho da Casa, que estava desativado desde fevereiro

Dentro do PMDB, o discurso é cauteloso, mas membros do partido vêem no caso chance de enfraquecer o poder do senador na sigla


SILVIO NAVARRO
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O caso do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deve ser discutido no Conselho de Ética na próxima quarta. O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), havia marcado anteontem uma sessão na próxima quarta para instalar o conselho, que está desativado desde fevereiro.
"Foi uma bruta coincidência", disse o senador Jefferson Péres (PDT-AM), referindo-se ao escândalo que veio à tona ontem. Segundo reportagem da revista "Veja", um lobista da empreiteira Mendes Júnior custeava despesas do senador.
Péres afirmou que será inevitável discutir o assunto. "Falta esclarecer se ele usou ou não o Cláudio Gontijo [lobista] como intermediário", disse.
Ontem, Renan ligou para senadores em busca de apoio. O presidente do Congresso teria lido para eles, antes da divulgação da nota à imprensa. Para abrir um processo contra um senador no Conselho de Ética é necessário que um partido ou a Mesa Diretora do Senado apresentem representação.
A bancada do PMDB no Senado marcou reunião também na quarta para tratar das denúncias contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Uma ala do partido já defende que o caso seja levado ao Conselho Nacional, instância máxima da sigla.
Apesar do discurso cauteloso, peemedebistas vêem no caso uma chance de enfraquecer Renan no partido. Nos bastidores, também avaliam que ele poderia se licenciar do cargo se sua versão não estancar as suspeitas na próxima semana.
"Temos de ouvir explicações do senador, saber o que é verdade e o que é mentira, e a depender das explicações convoca-se o conselho", disse o senador Pedro Simon (PMDB-RS), adversário de Renan na sigla.
O líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), disse que "até que se comprove materialmente a denúncia, a pessoa é inocente". Reservadamente, a cúpula peemedebista trocou informações ao longo do dia, e avaliou que ainda é cedo para ter diagnóstico do estrago político causado pelas denúncias.


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