MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), passará a pagar, a partir deste mês, uma pensão oficial de R$ 7.000 para sua filha, de 2 anos e 8 meses, fruto do relacionamento que manteve com a jornalista Mônica Veloso.
O acordo, firmado ontem na 4ª Vara da Família de Brasília, põe fim ao processo de alimentos movido pela jornalista contra o senador Renan. Pedro Calmon, advogado de Mônica Veloso, diz que o senador pagava uma pensão extra-oficial até o ano passado, quando suspendeu o pagamento.
Amigos de Renan dizem que o senador cortou a mesada porque Mônica comunicou a ele a intenção de recorrer à Justiça para que ele reconhecesse oficialmente a menina.
Orientado por advogados, Renan Calheiros fez um exame de DNA e reconheceu voluntariamente a filha por meio de uma escritura pública. Ofereceu a ela pensão de R$ 3.000, ou 25% do salário de R$ 12 mil que recebe como senador.
Inconformada com o valor, a jornalista recorreu à Justiça, segundo seu advogado. "Pedimos que o valor fosse aumentado para ajudar mais a criança. Ele [Renan] alegava que recebia somente o soldo do Senado Federal. Não podíamos acreditar que um senador só ganha R$ 12 mil. Eles têm vantagens, vantagens demais, que completam o salário", diz Calmon.
O advogado diz estar satisfeito com R$ 7.000 definido pela Justiça. "Nesses casos, não se pode avançar muito. Temos sempre que ter como base o que a criança precisa para viver bem." A Folha tentou localizar ontem os advogados do senador. No escritório Eduardo Ferrão, Baeta Neves Advogados Associados, que representa Renan, a informação era a de que eles não estavam dando "declarações aos jornalistas". A assessoria do senador também não quis se manifestar.


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