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Líder pefelista se declara vítima por ser "atarracado e nordestino'
Inocêncio diz que pretende
abandonar vida pública
VANDECK SANTIAGO
da Agência Folha, em Recife
O líder do PFL na Câmara,
Inocêncio Oliveira (PE), disse
ontem em Recife que vai abandonar a vida pública e que não
se candidatará à reeleição.
O motivo, segundo ele, é o
preconceito do qual seria vítima
por parte de "setores da imprensa" do Sudeste.
Inocêncio disse que seria vítima de uma "uma campanha
sórdida e preconceituosa" para
evitar que ele fosse eleito presidente da Câmara -cargo para o
qual tem o apoio do PFL.
"Eu, que sou líder do PFL,
que já presidi a Câmara, que já
assumi interinamente a Presidência da República, que sou
deputado há 24 anos, não consigo mostrar à imprensa a lisura
de minha vida. Então não vale a
pena ser político", afirmou.
Ele fez o anúncio ontem, na
Assembléia Legislativa de Pernambuco. "Eu sou discriminado porque sou moreno, atarracado, nordestino, de Serra
Talhada (sertão pernambucano)." Afirmou que, em 24 anos
de mandato, conseguiu mais de
10 mil obras para o Estado e
mais de mil para Serra Talhada.
"A única coisa de que me
acusam é da instalação de dois
poços do Dnocs (Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas) em minhas propriedades.
Eu paguei por esses dois poços.
Tenho documento do Ministério Público Federal confirmando isso." Durante a seca de 93, o
Dnocs instalou dois poços, a
preços subsidiados, em terras
do deputado, em Serra Talhada.
Após o assunto tornar-se público, Inocêncio pagou a diferença referente ao subsídio.
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