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Reportagem é "velha",
afirma líder tucano
da Sucursal de Brasília
O líder do governo no Congresso, deputado Arthur Virgílio
(PSDB-AM), atacou ontem a Folha pela publicação da reportagem
revelando que o presidente Fernando Henrique Cardoso tomou
partido de um consórcio no leilão
do Sistema Telebrás.
Ao sair de encontro com FHC
pela manhã, no Alvorada, Virgílio
disse que a "matéria é velha", "maniqueísta", e o jornal exagerou no
espaço. "É abaixo do que a Folha
pode dar. É mais café requentado."
"Eu estou bastante preocupado
com o rumo que a Folha tomou. Se
portou como um jornal de oposição, o que diminui o conceito do
jornal. Fico preocupado com isso."
Para ele, a Folha infringiu seu
próprio "código de ética" ao negar
o direito de defesa a FHC. "Não ouviu a outra parte. Usou uma frase
velha, como a denúncia."
"Nossa estupefação é com o exagero da matéria, 13 ou 14 páginas.
Francamente, como leitor da Folha, foi uma decepção", afirmou.
Arthur Virgílio disse que tem "o
maior respeito pela Folha e nenhum medo" porque o jornal "não
é tribunal de honradez."
"Eu fui de oposição. Em pleno regime militar, eu tive espaço para
me defender. Na democracia, a Folha negou esse espaço para o presidente", completou.
O deputado afirmou que é à prova de quebra de sigilo. "O máximo
que vão conseguir é um divórcio."
Mais tarde, em entrevista na Câmara, o deputado voltou a atacar a
reportagem da Folha.
"A Folha tem um passado admirável, mas errou e errou muito feio.
Primeiro porque não deu direito
de defesa ao governo nas 13 páginas publicadas. Segundo porque
deu espaço a arapongas, que é a
mesma coisa que um delegado obter confissão usando tortura, arrancando unhas. E terceiro porque
procurou agredir a autoridade do
Presidente da República", disse.
Para ele, a Folha cometeu um erro semelhante ao publicar editorial
propondo a centralização do câmbio, que Virgílio chamou de "tese
tola". "Outro dia ela (Folha) errou
na economia quando propôs a
centralização do câmbio. Depois,
não fala mais no assunto, age como
se não tivesse feito o tal editorial.
Agora errou de novo, na política."
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