São Paulo, Quarta-feira, 26 de Maio de 1999
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BNDES
Para presidente do BNDES, leilão foi legal
Pio Borges diz não saber de pressão

CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), José Pio Borges, disse ontem não ter "conhecimento" sobre interferência do presidente Fernando Henrique Cardoso ter para pressionar fundos de pensão de estatais a ficar do lado do Banco Opportunity na formação dos consórcios para a compra da Tele Norte Leste.
A autorização de FHC para que seu nome fosse usado para pressionar os fundos aparece em um diálogo, gravado clandestinamente, entre ele e o então presidente do BNDES, André Lara Resende, divulgado ontem pela Folha.
Questionado novamente sobre o assunto, Borges disse simplesmente: "Eu não vi isso, não li com detalhes". Ele afirmou que "não houve nada de errado" no processo de privatização da Telebrás.
Segundo Borges, houve "conversas evidentemente francas" (referência ao teor das fitas), mas nada de ilegal. "Eu não tenho nada a esconder. Nós lutamos para fazer uma boa venda. Não tenho nenhuma preocupação com isso", afirmou.
Sobre o diálogo com o diretor da BNDESPar (BNDES Participações) Nélson Rozental, no qual Pio Borges aparece autorizando a modificação das regras do edital de licitação para permitir aos fundos de pensão de estatais terem mais de 25% do capital de uma tele privatizada, Borges disse não se lembrar de ter discutido o assunto.
Segundo ele, a garantia do cumprimento da regra sobre a participação de fundos de pensão na privatização da Telebrás era uma incumbência da CLC (Câmara de Liquidação e Custódia) da Bolsa do Rio. "Até onde eu sei, a regra foi cumprida."
Pio Borges disse que seu cargo está permanentemente à disposição do governo, mas ressalvou que não pretende agora entregá-lo formalmente.


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