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BNDES
Para presidente do BNDES, leilão foi legal
Pio Borges diz não saber de pressão
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
O presidente do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social),
José Pio Borges, disse ontem
não ter "conhecimento" sobre
interferência do presidente
Fernando Henrique Cardoso
ter para pressionar fundos de
pensão de estatais a ficar do lado do Banco Opportunity na
formação dos consórcios para a
compra da Tele Norte Leste.
A autorização de FHC para
que seu nome fosse usado para
pressionar os fundos aparece
em um diálogo, gravado clandestinamente, entre ele e o então presidente do BNDES, André Lara Resende, divulgado
ontem pela Folha.
Questionado novamente sobre o assunto, Borges disse
simplesmente: "Eu não vi isso,
não li com detalhes". Ele afirmou que "não houve nada de
errado" no processo de privatização da Telebrás.
Segundo Borges, houve "conversas evidentemente francas"
(referência ao teor das fitas),
mas nada de ilegal. "Eu não tenho nada a esconder. Nós lutamos para fazer uma boa venda.
Não tenho nenhuma preocupação com isso", afirmou.
Sobre o diálogo com o diretor
da BNDESPar (BNDES Participações) Nélson Rozental, no
qual Pio Borges aparece autorizando a modificação das regras
do edital de licitação para permitir aos fundos de pensão de
estatais terem mais de 25% do
capital de uma tele privatizada,
Borges disse não se lembrar de
ter discutido o assunto.
Segundo ele, a garantia do
cumprimento da regra sobre a
participação de fundos de pensão na privatização da Telebrás
era uma incumbência da CLC
(Câmara de Liquidação e Custódia) da Bolsa do Rio. "Até onde eu sei, a regra foi cumprida."
Pio Borges disse que seu cargo está permanentemente à
disposição do governo, mas
ressalvou que não pretende
agora entregá-lo formalmente.
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