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Texto de Badan fala de pressão
ALESSANDRA KORMANN
do Banco de Dados
O médico-legista Fortunato Badan Palhares, responsável pelo
laudo oficial da morte de Paulo César Farias e Suzana Marcolino, admitiu que os peritos sofrem pressão da polícia em texto publicado
pela Folha em 1993.
Ele escreveu: "Os agentes que
têm a responsabilidade de ser os
olhos e os ouvidos da sociedade
num caso de puro interesse social,
estão administrativa e politicamente subordinados a organismos
diretamente envolvidos com a perícia realizada. (...) O perito oficial
deveria estar livre da tutela dos sistemas, isto é, das hierarquias que
possam eventualmente pressioná-lo a ir em uma direção. De fato, não
são raros os laudos superficiais ou
incompletos. Se se buscar a razão
de ser desses laudos, ver-se-á que
(...) muito frequentemente é o poder de mando que está por trás deles".
O laudo elaborado por Badan Palhares no caso da morte de PC Farias e Suzana Marcolino sustentava a versão da Polícia Civil de Alagoas, de que Suzana teria matado
PC e se suicidado em seguida.
Reabertura do caso
As investigações sobre o caso,
que estavam paradas desde fevereiro de 1998, foram reabertas depois da publicação de reportagens
da Folha em março com fotos
mostrando erro na altura de Suzana apontada por Badan.
A altura, segundo o próprio Badan Palhares, foi importante para
estabelecer a tese de suicídio de Suzana. Em 1997, ele havia escrito na
Folha que "a altura de Suzana é
fundamental. Estando errada, estará errado todo o resto".
Novo laudo feito pela Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas), a pedido da Secretaria de Segurança Pública e do Departamento Central de Polícia Civil de Alagoas, concluiu que Suzana Marcolino tinha entre 1,53 m e 1,57 m. De
acordo com o laudo elaborado por
Badan Palhares, a namorada de PC
media 1,67 m.
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