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REGIME MILITAR
Diplomação dos perseguidos foi solicitada pelo próprio instituto
ITA diploma seis alunos expulsos
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Seis anistiados políticos expulsos do ITA (Instituto Tecnológico
da Aeronáutica) durante o regime
militar (1964-1985) foram diplomados ontem de seus cursos. Pela
primeira vez uma instituição pública de ensino do país reconhece
os diplomas de ex-alunos que sofreram perseguição política.
Foram expulsos do ITA por razões políticas, em 1965, Antônio
de Oliveira Farias, hoje com 64
anos, Ezequiel Pinto Dias, 63, Luiz
Maria Guimarães Esmanhoto, 63,
e Mário Tokoro, 63, e, em 1975,
Osvair Vidal Trevisan, 63, e Sérgio
Salazar, 56. "É como se tivesse tirado um peso da alma, uma forma de costurar o presente com o
passado e eliminar lembranças
ruins da época", disse Trevisan.
Trevisan e Salazar concluíram o
curso de engenharia mecânica na
Unicamp. Os dois foram os únicos que concluíram o curso após a
expulsão do ITA. Outros 15 alunos desligados e dois professores
demitidos, também por motivos
políticos, foram anistiados em 19
de maio de 2004. A possibilidade
de eles também serem diplomados está sendo examinada.
A certificação de anistia foi concedida em março deste ano pela
Comissão de Anistia. "Como era
um processo inédito, ninguém sabia direito como conduzi-lo", disse o reitor do ITA, Michal Gartenkraut. O requerimento com o pedido de anistia deles foi solicitado
pelo próprio ITA -um fato inédito, já que essa solicitação geralmente é feita pelas pessoas prejudicadas. Para o reitor, a diplomação é o acontecimento mais importante dos últimos tempos na
instituição: "É o reencontro com
o nosso passado e com os verdadeiros valores da academia".
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