|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AMAZÔNIA
Danilovich discorda da tese de internacionalização,
mas afirma que o mundo quer ajudar o Brasil na defesa da área
Embaixador dos EUA
quer defender região
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTARÉM (PA)
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, John Danilovich,
54, afirmou que a Amazônia precisa ser protegida pelos brasileiros. Ele discorda da tese da internacionalização da região defendida por alguns grupos, segundo a
qual a seria necessária a ação de
outros países para proteger a floresta -rica em biodiversidade-
ameaçada pela ausência do poder
público e pela ação de madeireiros, fazendeiros e narcotraficantes. Mas admite que o mundo
quer ajudar o Brasil nessa tarefa.
"Não é uma questão de internacionalização, mas de administração brasileira, controle brasileiro
da Amazônia. Acho que é correto
dizer que a Amazônia pertence
aos brasileiros e sempre vai pertencer. Mas o mundo inteiro se
preocupa com o que acontece
com a Amazônia e quer ajudar os
brasileiros nesse sentido. E não é
só a Amazônia, mas também em
relação a outras áreas naturais no
mundo", afirmou o embaixador.
Entre os dias 20 e 24 deste mês,
Danilovich fez sua primeira viagem pelo interior da Amazônia.
Foi a Macapá, no Amapá, e a Belém e Santarém, no Pará. Em Santarém, percurso no qual a Folha
acompanhou, participou da abertura do seminário nacional do
PPG7 (Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do
Brasil) com a ministra do Meio
Ambiente, Marina Silva. É um
programa financiado pela Alemanha, União Européia, Reino Unido, EUA, Japão, França e Canadá.
A 60 km de Santarém, visitou
um projeto de pesquisa da Nasa
(Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos EUA), de
cooperação científica internacional, que estuda as interações entre
a floresta amazônica e as condições atmosféricas e climáticas.
Danilovich percorreu um trecho de barco pelo rio Tapajós e
chegou a fazer mergulho. "Nunca
tinha visto a Amazônia tão de perto, nunca tão perto. A Amazônia é
um patrimônio fascinante dos
brasileiros, é um presente da natureza para os brasileiros, é algo
que precisa ser protegido pelos
brasileiros", disse.
ONU
Ao ser questionado sobre o
apoio ou não dos EUA para o ingresso do Brasil como membro
permanente do Conselho de Segurança da ONU (Organização
das Nações Unidas), Danilovich
afirmou que a reforma do conselho é um detalhe diante das reformas necessárias da própria ONU.
Os americanos já declararam
apoio ao Japão, que também pleiteia uma vaga.
"O conselho de segurança não é
a única reforma que interessa. O
importante é ter na ONU uma organização que funciona de forma
fluida, eficiente e eficaz para o benefício das relações internacionais: uma organização multilateral", afirmou.
Corrupção
Sobre a atual crise política enfrentada pelo governo Lula após
as denúncias do "mensalão" a deputados federais, Danilovich afirmou que "a corrupção é sempre
um obstáculo para o bom funcionamento de um governo".
"É claro que é uma preocupação
e um crime grave se essas alegações de corrupção forem verdadeiras. Mas corrupção em qualquer lugar, nos EUA, no Brasil, é
algo negativo que deve ser punido. O presidente Lula já se comprometeu publicamente e de forma inequívoca e com muito força,
dizendo que o governo brasileiro
se compromete a investigar e a
punir."
Texto Anterior: Folha realiza debate sobre gastos sociais Próximo Texto: Frase Índice
|