São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 2009

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Médicos dizem que Dilma está curada de câncer linfático

Ministra teve tratamento encurtado e realizou ontem a última sessão de quimioterapia, mas ainda se submeterá a radioterapia

Questionado se não é muito cedo para declarar a cura de Dilma, oncologista afirmou que as chances de a doença voltar são muito pequenas

ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) realizou ontem a quarta e última sessão de quimioterapia do tratamento contra um câncer linfático. Ela passará agora por aplicações de radioterapia. Mesmo sem ter encerrado o tratamento, os médicos disseram ontem que consideram Dilma curada.
"Nós achamos que ela está curada agora. (...) Nesse momento ela está completamente sem evidência de doença", disse o oncologista Paulo Hoff.
A ministra deixou ontem o hospital Sírio-Libanês pela porta da frente. Disse que "só podia comemorar" por ter realizado a última quimioterapia: "É mais um percurso, um desafio que se supera".
A expectativa inicial era que a ministra passasse por seis sessões de quimioterapia. Com a mudança, o tratamento foi encurtado em quase dois meses.
Segundo os médicos, as aplicações de radioterapia terão início daqui a quatro semanas. O plano inicial é que ela faça entre 20 e 25 sessões, que duram cerca de 20 minutos cada uma. Dilma irá se submeter a uma sessão por dia, durante cinco dias. Faz uma pausa de dois dias e recomeça o ciclo.
A frequência das aplicações vai obrigar a ministra a permanecer em São Paulo por quase um mês. De acordo com Paulo Hoff, ela poderá trabalhar normalmente, já que não são previstos efeitos colaterais.
A hematologista Yana Novis afirmou ainda acreditar que, cerca de um mês após o final da radioterapia, Dilma deverá estar completamente apta para retomar todas as atividades.
Questionado se não é muito cedo para declarar Dilma curada, Hoff afirmou que as chances de a doença voltar são muito pequenas. "Mas é natural que ela seja acompanhada por muitos anos como qualquer paciente que se submeteu a tratamento oncológico", disse.
O médico afirmou ainda que a norma utilizada nos tratamentos de câncer de esperar cinco anos para considerar o paciente totalmente curado não pode ser considerada regra no caso do linfoma. "Esse protocolo de cinco anos se aplica mais a tumores sólidos do que a tumores hematológicos."
Na radioterapia, uma máquina aplica uma radiação ionizante no local onde o tumor foi descoberto. A radioterapia esteriliza a área onde previamente havia o linfoma. "Nós achamos que isso já foi esterilizado com a quimioterapia, mas é uma segurança [realizar a radioterapia]", afirmou Hoff.

Tratamento
Dilma realizou quatro sessões de quimioterapia. Em abril, ao anunciar a doença, os médicos planejavam seis aplicações -estendendo até agosto essa etapa. Segundo Yana, o número de aplicações varia de acordo com a resposta do paciente. Nos linfomas, são recomendadas entre três e oito aplicações de quimioterapia.
"Nós achamos perfeitamente adequado apenas quatro aplicações seguidas de radioterapia, já que ela está em excelente estado geral", disse. "O tratamento não acabou ainda, mas até agora foi um sucesso."
Dilma descobriu em março um nódulo na axila esquerda. Foi detectado um linfoma não Rodgkin em estágio inicial. Segundo os médicos, as chances de cura são de mais de 90%.


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