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Médicos dizem que Dilma está curada de câncer linfático
Ministra teve tratamento encurtado e realizou ontem a última sessão de quimioterapia, mas ainda se submeterá a radioterapia
Questionado se não é muito cedo para declarar a cura de Dilma, oncologista afirmou que as chances de a doença voltar são muito pequenas
ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL
A ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) realizou ontem a
quarta e última sessão de quimioterapia do tratamento contra um câncer linfático. Ela passará agora por aplicações de radioterapia. Mesmo sem ter encerrado o tratamento, os médicos disseram ontem que consideram Dilma curada.
"Nós achamos que ela está
curada agora. (...) Nesse momento ela está completamente
sem evidência de doença", disse o oncologista Paulo Hoff.
A ministra deixou ontem o
hospital Sírio-Libanês pela
porta da frente. Disse que "só
podia comemorar" por ter realizado a última quimioterapia:
"É mais um percurso, um desafio que se supera".
A expectativa inicial era que a
ministra passasse por seis sessões de quimioterapia. Com a
mudança, o tratamento foi encurtado em quase dois meses.
Segundo os médicos, as aplicações de radioterapia terão
início daqui a quatro semanas.
O plano inicial é que ela faça entre 20 e 25 sessões, que duram
cerca de 20 minutos cada uma.
Dilma irá se submeter a uma
sessão por dia, durante cinco
dias. Faz uma pausa de dois
dias e recomeça o ciclo.
A frequência das aplicações
vai obrigar a ministra a permanecer em São Paulo por quase
um mês. De acordo com Paulo
Hoff, ela poderá trabalhar normalmente, já que não são previstos efeitos colaterais.
A hematologista Yana Novis
afirmou ainda acreditar que,
cerca de um mês após o final da
radioterapia, Dilma deverá estar completamente apta para
retomar todas as atividades.
Questionado se não é muito
cedo para declarar Dilma curada, Hoff afirmou que as chances de a doença voltar são muito pequenas. "Mas é natural
que ela seja acompanhada por
muitos anos como qualquer paciente que se submeteu a tratamento oncológico", disse.
O médico afirmou ainda que
a norma utilizada nos tratamentos de câncer de esperar
cinco anos para considerar o
paciente totalmente curado
não pode ser considerada regra
no caso do linfoma. "Esse protocolo de cinco anos se aplica
mais a tumores sólidos do que a
tumores hematológicos."
Na radioterapia, uma máquina aplica uma radiação ionizante no local onde o tumor foi
descoberto. A radioterapia esteriliza a área onde previamente havia o linfoma. "Nós achamos que isso já foi esterilizado
com a quimioterapia, mas é
uma segurança [realizar a radioterapia]", afirmou Hoff.
Tratamento
Dilma realizou quatro sessões de quimioterapia. Em
abril, ao anunciar a doença, os
médicos planejavam seis aplicações -estendendo até agosto
essa etapa. Segundo Yana, o número de aplicações varia de
acordo com a resposta do paciente. Nos linfomas, são recomendadas entre três e oito aplicações de quimioterapia.
"Nós achamos perfeitamente
adequado apenas quatro aplicações seguidas de radioterapia, já que ela está em excelente
estado geral", disse. "O tratamento não acabou ainda, mas
até agora foi um sucesso."
Dilma descobriu em março
um nódulo na axila esquerda.
Foi detectado um linfoma não
Rodgkin em estágio inicial. Segundo os médicos, as chances
de cura são de mais de 90%.
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