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SUCESSÃO
Petista contraria projetos de autoria de deputada de seu partido
Lula diz ser contra aborto
e casamento homossexual
da Sucursal do Rio
O candidato
do PT à Presidência, Luiz
Inácio Lula da
Silva, disse ontem, em programa de uma rádio católica do
Rio, ser pessoalmente contrário ao
aborto, ao casamento entre homossexuais e ao jogo.
Dois projetos de autoria da deputada federal petista e candidata
ao governo de São Paulo Marta
Suplicy propõem a ampliação do
aborto legal e a legalização da
união civil entre homossexuais.
Sobre os três temas, Lula deu
respostas vagas. Pessoalmente,
afirmou ser contra o aborto, o casamento de homossexuais e o jogo, mas fez algumas ressalvas.
Afirmou que o Estado precisa
tratar o aborto como "uma questão de saúde pública quando for
necessário, até para cumprir a lei".
Lula disse ser contra o casamento de homossexuais, mas que não
poderia ser hipócrita e não perceber "que existem casais que moram juntos". Segundo ele, o que se
está pedindo "é a união civil", para que os que vivem juntos tenham
direito aos bens que produziram
durante a relação.
Sobre o jogo, Lula disse ser contra a sua utilização no Brasil como
"uma forma de despertar no povo
uma idéia de que ele vai conseguir
sua independência". Não respondeu, porém, se admitiria ou não a
sua legalização, como presidente.
Drogas
Lula disse ainda ser favorável à
descriminação do uso de drogas e
a um controle social sobre a programação de TV.
Após a gravação do programa
"Vox Populi", no estúdio da rádio Catedral, na sede da Arquidiocese do Rio, na Glória (zona sul),
Lula disse ser favorável à punição
do traficante, e não do usuário de
droga, do "jovem viciado".
Lembrou que tem cinco filhos e
afirmou ser contra "liberar a
(venda da) droga".
Segundo ele, além de uma mudança da legislação sobre o tema, é
necessário haver investimentos
em educação e se utilizar a TV, o
rádio e a imprensa para combater
o vício das drogas.
"Temos que usar todos os espaços possíveis para ter uma sociedade sem vício", afirmou.
Lula disse também ser contra
qualquer tipo de censura à programação de TV. Ele defendeu a criação de comissões para que a sociedade possa discutir programas
que possam estimular a violência e
até o uso de drogas.
Ele disse que os programas de
TV precisam "colocar menos
gente matando gente e mais gente
educando gente".
Na rádio, Lula lembrou o problema do desemprego no país,
afirmando que o jovem, sem perspectiva e marginalizado, pode ser
levado, em uma situação de desespero, "à violência e à droga".
"Se você resolver colocar esse
jovem na cadeia para punir a
questão da droga, você poderá estar cometendo um genocídio com
milhões de adolescentes", disse
durante a gravação do programa,
que iria ao ar ontem à noite.
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