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SOB SUSPEITA
Ovídio de Ângelis é acusado de favorecer seu Estado, Goiás
Secretário vai ao Congresso para negociar depoimento
da Sucursal de Brasília
O novo secretário de Políticas
Urbanas, Ovídio de Ângelis
(PMDB), vai hoje ao Congresso
para definir se irá depor para
apresentar explicações sobre
suposto favorecimento de Goiás
na liberação de verbas federais.
Ele se reúne com o presidente
da comissão especial de recesso
do Congresso, senador Geraldo
Mello (PSDB-RN). Líderes do
governo na Câmara e no Senado
também participarão.
Ovídio é acusado de liberar
volume desproporcional de recursos a seu Estado, Goiás,
quando era titular da extinta Secretaria de Políticas Regionais.
Nos últimos dias em que ocupou o cargo, ele liberou R$ 32,2
milhões para Goiás, cifra que
corresponde a 63% de todas as
verbas liberadas em julho.
O Palácio do Planalto anunciou que o presidente Fernando
Henrique Cardoso pretende
conversar com Ovídio antes de
decidir o que fará a respeito da
denúncia. Na defesa de Ovídio,
lideranças do PMDB estão sustentando em reserva que há exagero no caso, pois a acusação
não é de corrupção.
Pela tese peemedebista, não
haveria nenhuma ilegalidade
em favorecer determinado Estado -e um levantamento minucioso apontaria práticas idênticas em todos os ministérios.
As lideranças do PMDB sustentam que não houve uso político do cargo porque as verbas
beneficiaram um Estado governado por outro partido. O governador de Goiás é Marconi
Perillo, do PSDB.
Para os peemedebistas, o governo deveria divulgar uma
orientação sobre as liberações
de verbas dos ministérios.
Como isso não existe hoje, cada ministro faz as liberações de
acordo com a sua consciência.
Após a divulgação, o governo
poderia exigir um comportamento padrão dos ministros.
Os dados sobre o suposto favorecimento a Goiás constam
do Siafi (sistema que registra os
gastos do governo) e foram divulgados pelo deputado Geraldo Magela (PT-DF).
O próprio deputado fez o pedido de convocação do ministro
para depoimento no Congresso.
Segundo esses dados, a liberação de recursos cresceu durante
as discussões sobre a reforma
ministerial, quando era grande
a chance de saída de Ovídio
De janeiro a maio, o empenho
dos recursos foi de cerca de R$
3,3 milhões. Em junho, a liberação foi em torno de R$ 9 milhões, saltando em julho, véspera de o ministro deixar o cargo,
para R$ 49,6 milhões. Ovídio
acabou sendo transferido para a
Secretaria de Políticas Urbanas.
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