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Família Gomes disputa poder desde 1890
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SOBRAL
Ciro Gomes gosta de propagandear que ajudou a derrubar oligarquias que dominavam o Ceará
quando o grupo de Tasso Jereissati assumiu o poder em 1986.
Mas, em sua terra, a família Ferreira Gomes também pode ser
classificada politicamente de oligarquia.
Ao assumir a Prefeitura de Sobral em 1997, Cid Gomes (PPS)
quebrou o revezamento no poder
das famílias Prado e Barreto, que
dominaram a cidade desde 1963.
E restaurou o domínio político
para a família Ferreira Gomes.
Os Ferreira Gomes estiveram no
poder logo na origem do município. Os dois primeiros prefeitos
foram antepassados de Ciro e Cid:
em 1890, Vicente César Ferreira
Gomes, e em 1892, José Ferreira
Gomes.
A família, depois, voltou ao poder em 1935, quando outro parente de Ciro, Vicente Antenor Ferreira Gomes, foi prefeito por nove
anos, até 1944, durante o governo
de Getúlio Vargas.
No longo período de 1944 a 1977
-33 anos-, a família se manteve
longe do poder e da política.
Até que o pai de Ciro e Cid, José
Euclides Ferreira Gomes, que era
defensor público, voltou à chefia
do Executivo municipal entre
1977 e 83 -mas aí sob a tutela política da família Prado.
José Euclides, no papel de defensor público, viajou muito pelo
país, tanto que Ciro, o filho mais
velho, e seu outro irmão, Lúcio
Gomes, nasceram em Pindamonhangaba (SP), terra da mulher,
Maria José.
Ciro entrou na política aos 20
anos, quando o pai prefeito e o
apontou procurador do município. Além de ter o apoio da família
Prado, José Euclides, filiado ao
PDS, tinha o apoio de César Cals,
um dos três coronéis que se revezaram no governo do Estado durante o regime militar (1964-85).
Por meio do pai, o PDS foi o primeiro partido político de Ciro,
que passou por sua primeira eleição em 1982, para deputado estadual. Na eleição de 1986, na sua
reeleição, ele se candidatou pelo
PMDB e apoiou a proposta do
grupo de Tasso Jereissati, que
também era candidato pela primeira vez ao governo do Estado,
para derrubar os coronéis e instalar o que os adversários chamam
de "oligarquia dos tucanos".
(KF)
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