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São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 2003

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PAINEL

Duro aprendizado
Lula confidenciou a deputados aliados que se arrependeu de ter enviado simultaneamente ao Congresso as reformas tributária e da Previdência. O presidente disse que "abriu duas frentes de batalha" e acabou comprando brigas que não queria, inclusive com governadores.

Uma briga de cada vez
Lula afirmou aos deputados que, se fosse começar o governo novamente, aprovaria neste ano a reforma previdenciária e a prorrogação da CPMF e da DRU (Desvinculação de Receitas da União). O restante da reforma tributária ficaria para 2004.

Pela vinculação
PSDB e PFL deram um recado ao Planalto: não votam a reforma da Previdência no Senado se o Planalto não fizer concessões na tributária na Câmara.

Calculadora estadual
As principais exigências de PFL e PSDB são a divisão das contribuições com os Estados e a desoneração da produção. Governadores tucanos e pefelistas dizem que vão perder mais com a reforma tributária nos termos apresentados por Lula do que ganharão com a da Previdência.

No vácuo
O PSTU lançou uma ofensiva nos sindicatos para desbancar a influência do PT, aproveitando o desgaste sofrido pela reforma da Previdência. Cartazes com fotos de deputados de esquerda e de sindicalistas que apoiaram o projeto de Lula estão sendo colados em portas de fábricas.

Sem entusiasmo
O PTB abriu negociações para trazer Miro Teixeira (Comunicações), dissidente do PDT de Brizola, ao partido. Mas, por enquanto, a filiação é mais desejo da sigla do que do ministro.

Disputa interna
Deputados do PT contrários à liberação de produtos transgênicos vão se reunir amanhã com Roberto Rodrigues (Agricultura), um dos maiores defensores no governo dos alimentos modificados geneticamente.

Antes tarde
O Ministério da Saúde escalou auditores para vistoriar os hospitais federais do Rio. Quer evitar novos problemas como o pedido de demissão coletiva no Instituto Nacional do Câncer.

A hora da verdade
Guido Mantega (Planejamento) entregará amanhã a Lula o projeto de Orçamento da União para 2004. No dia seguinte, o presidente reunirá todos os seus ministros para avisá-los sobre quanto cada um poderá gastar.

Fazendo figa
Lula mostrará aos ministros um Orçamento com R$ 5 bilhões de investimentos na área social, concentrados principalmente na Assistência Social. Dirá que o valor poderá ser ainda maior, dependendo dos termos do acordo com o FMI e do comportamento da economia.

Critério técnico
Ricardo Berzoini (Previdência), que prometeu profissionalizar as gerências-executivas do INSS, inovou no processo de seleção. Ter participação em sindicatos -base petista por tradição- vale mais pontos (0,5 a 1) na avaliação do que diploma de mestre ou doutor (0,3 ponto).

A campanha já começou
Duda Mendonça vai dar um curso de marketing eleitoral para candidatos do PT nas eleições do ano que vem. Cerca de 500 pessoas participarão do evento, de 28 a 30 de agosto, em hotel de Belo Horizonte. Neste ano, Duda receberá R$ 5 milhões por assessorar o marketing petista.

Quase um monólogo
O Ministério do Desenvolvimento Agrário tem só uma equipe de negociadores treinada para dialogar com sem-terra em invasões pelo Brasil. Neste ano, já houve mais de 170.

TIROTEIO

Do deputado estadual Renato Simões (PT-SP), sobre o secretário da Educação do governo Geraldo Alckmin, Gabriel Chalita, ter criticado os CEUs, os "escolões" da prefeita paulistana Marta Suplicy (PT):
- Nunca na história da teologia o administrador do inferno falou bem do céu.

CONTRAPONTO

Palavra divina

Deputados do PT reuniram-se na quarta-feira passada com José Genoino, presidente do partido, e os ministros José Dirceu (Casa Civil), Antonio Palocci (Fazenda) e Ricardo Berzoini (Previdência) a fim de definir a estratégia de aprovação das reformas na Câmara.
Genoino pediu que a palavra fosse dada primeiro aos ministros. Afinal, eles eram "os convidados" da reunião. Mas Paulo Pimenta (RS), que coordenava a lista de oradores, disse que preferia manter a ordem de inscrição, pela qual o deputado Luiz Couto e o ex-deputado Roque Zimmermann, ambos padres, tinham prioridade.
-Antes de dar a palavra aos ministros de Lula, temos de ouvir os nossos ministros- disse.
-Que ministros?- questionou Genoino.
-Os ministros da eucaristia, de Deus. Eles têm mais poder do que qualquer ministro de Lula.


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