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ELEIÇÕES 2004/CAMPANHA
Propaganda de Afrânio Boppré fala em "trazer mais dinheiro do governo" por ser amigo do presidente; PSDB recorre à Justiça Eleitoral
Candidato do PT explora amizade com Lula
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
A assessoria jurídica do PSDB
de Florianópolis (SC) entrou ontem com uma representação na
Justiça Eleitoral contra o candidato do PT à prefeitura, Afrânio
Boppré, acusando-o de usar o
tempo da mídia eletrônica para
dizer ao eleitor que terá "favor político" do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, caso seja eleito.
No programa de bloco do início
da tarde e nas inserções de 30 segundos que o PT levou ao ar ontem, um locutor diz que "o Afrânio é amigo do Lula" e que a relação de amizade com o presidente
garantirá a Florianópolis "mais
dinheiro", em relação aos demais
candidatos.
"É uma afirmação equivocada e
passível de se tornar um crime",
diz Rogério Olsen da Veiga, advogado do tucano Dário Berger,
candidato à prefeitura.
Ele afirma que a legislação eleitoral proíbe que, em época de
campanha, "seja feito qualquer
uso de favor político de um governante em favor de um determinado candidato". "E não é só fazer.
Permitir fazer também é passível
de punição", afirmou.
Propaganda
A propaganda petista usou imagens dos concorrentes de Boppré
e de outros adversários do PT para defender que a proximidade do
candidato petista com o presidente Lula é um fator positivo que o
deixa em vantagem.
No texto, a propaganda diz:
"Chiquinho [Francisco de Assis,
candidato do PP] é amigo da Ângela [Ângela Amin, atual prefeita,
do PP] e do Bornhausen [Jorge
Bornhausen, senador e presidente nacional do PFL]; o Dário [Berger], que já foi amigo deles, agora
é amigo do Fernando Henrique
Cardoso, dos tucanos. O Afrânio é
amigo do Lula. Quem você acha
que pode trazer mais dinheiro do
governo? Chiquinho e Dário, que
são contra Lula, ou o Afrânio, que
é do mesmo partido e amigo do
presidente?".
O juiz eleitoral da 100ª zona, Samir Saad, decide hoje se acata a
representação do PSDB e pune o
PT com a retirada da propaganda
do ar e a perda de tempo no horário destinado a seus candidatos.
A Agência Folha não conseguiu
ouvir advogados da campanha do
PT ontem à noite.
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