São Paulo, quinta-feira, 26 de agosto de 2004

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ELEIÇÕES 2004/CAMPANHA

Propaganda de Afrânio Boppré fala em "trazer mais dinheiro do governo" por ser amigo do presidente; PSDB recorre à Justiça Eleitoral

Candidato do PT explora amizade com Lula

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A assessoria jurídica do PSDB de Florianópolis (SC) entrou ontem com uma representação na Justiça Eleitoral contra o candidato do PT à prefeitura, Afrânio Boppré, acusando-o de usar o tempo da mídia eletrônica para dizer ao eleitor que terá "favor político" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso seja eleito.
No programa de bloco do início da tarde e nas inserções de 30 segundos que o PT levou ao ar ontem, um locutor diz que "o Afrânio é amigo do Lula" e que a relação de amizade com o presidente garantirá a Florianópolis "mais dinheiro", em relação aos demais candidatos.
"É uma afirmação equivocada e passível de se tornar um crime", diz Rogério Olsen da Veiga, advogado do tucano Dário Berger, candidato à prefeitura.
Ele afirma que a legislação eleitoral proíbe que, em época de campanha, "seja feito qualquer uso de favor político de um governante em favor de um determinado candidato". "E não é só fazer. Permitir fazer também é passível de punição", afirmou.

Propaganda
A propaganda petista usou imagens dos concorrentes de Boppré e de outros adversários do PT para defender que a proximidade do candidato petista com o presidente Lula é um fator positivo que o deixa em vantagem.
No texto, a propaganda diz: "Chiquinho [Francisco de Assis, candidato do PP] é amigo da Ângela [Ângela Amin, atual prefeita, do PP] e do Bornhausen [Jorge Bornhausen, senador e presidente nacional do PFL]; o Dário [Berger], que já foi amigo deles, agora é amigo do Fernando Henrique Cardoso, dos tucanos. O Afrânio é amigo do Lula. Quem você acha que pode trazer mais dinheiro do governo? Chiquinho e Dário, que são contra Lula, ou o Afrânio, que é do mesmo partido e amigo do presidente?".
O juiz eleitoral da 100ª zona, Samir Saad, decide hoje se acata a representação do PSDB e pune o PT com a retirada da propaganda do ar e a perda de tempo no horário destinado a seus candidatos.
A Agência Folha não conseguiu ouvir advogados da campanha do PT ontem à noite.


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