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TODA MÍDIA
Na torcida
Nelson de Sá
A Olimpíada pegou, afinal.
Segundo o "Painel", o Congresso já faz até "cessar-fogo"
entre governo e oposição para
assistir às transmissões.
Nesta semana, os picos de audiência no fim de tarde já se
aproximam dos 50 pontos, para
Globo e Band. E quem está nos
intervalos, para tirar o que pode
da febre, é o governo Lula.
Segundo Daniel Castro, na coluna de televisão da Folha, um
levantamento do Controle da
Concorrência, que monitora
publicidade, mostrou que até o
domingo passado foram mais
de sete horas de "megacampanha" voltada aos Jogos.
São 12 inserções ao todo, distribuídas entre cinco estatais e o
próprio governo federal.
Não à toa, também a home da
estatal Radiobrás celebrava ontem o "segundo ouro do Brasil",
com Ricardo e Emanuel.
Mais estranhamente, também
o site eleitoral de Marta Suplicy
embarcou no ôba-ôba, com
uma foto de Ricardo durante o
jogo e uma legenda assim:
- Brasil é ouro no vôlei de
praia. Campanha de Marta está
na torcida por mais medalhas.
Os patriotas profissionais Galvão Bueno, da Globo, e José Luiz
Datena, da Band, "concorrem a
ouro em urro", no dizer de José
Simão, no UOL News.
Mas o site Nomínimo, em texto de Guilherme Fiuza, pescou a
frase que marca a transmissão
destes Jogos -e não é de nenhum dos dois, mas do comentarista de iatismo da Globo, na
vitória de Robert Scheidt:
- Nessas horas, o sangue alemão faz a diferença.
O site se esforçou por conter a
própria revolta, mas terminou
por contrapor a ginasta Daiane
dos Santos a Scheidt:
- Dos Santos é para sempre o
nome de manobra olímpica sobre-humana, enquanto Scheidt
continua apenas um digno e
honrado sobrenome humano.
Daiane, diz a Globo On Line, é
também uma boneca. Está para
sair a Suzi Ginástica Olímpica,
"negra como Daiane".
Não é só por aqui que a Olimpíada vai bem de audiência. Nos
EUA, diz o site E!, houve aumento de sete pontos em relação aos Jogos de 2000.
Mas a notícia lá é outra. O órgão para comunicações anunciou ter recebido dez reclamações contra a transmissão da
NBC, por conta dos uniformes
que mostram "seios nos Jogos"
e "genitália masculina".
O site E! contrapôs, não sem
ironia, as dez reclamações aos
185 milhões, 67% da população
do país, que assistiram só à cerimônia de abertura.
NOVAS MARCAS
Reprodução
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Marta, de branco, mostra maquete do "CEU Saúde" e introduz o médico que atuou "ao lado de Serra"
O marqueteiro Duda Mendonça demorou, mas surgiu
com uma nova "marca" para a campanha municipal. Na
área de maior exposição de Marta Suplicy, a saúde, criou
um "CEU Saúde" e o apresentou no horário eleitoral da
noite com uma maquete detalhada, com direito até a
uma piscina para fisioterapia. Na chefia do programa, o
médico que "coordenou toda a implantação do projeto
dos genéricos ao lado do ministro José Serra". Citaram
Serra, porque não têm como vencer sua imagem na área.
De sua parte, o tucano e o marqueteiro Luiz Gonzalez,
também no horário eleitoral, voltaram a tratar da gestão
na saúde, mas desta vez se concentraram nas mulheres
eleitoras -e, também eles, no lançamento de uma nova
"marca". O programa foi batizado de "Mãe Paulistana".
CAMPANHA ESTADUAL
Reprodução
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Serra em "telefonema" para Geraldo Alckmin; "junto com o governador", promete "ampliar" o Bilhete Único
A campanha municipal que seria "federal" se tornou
"estadual". José Serra e Marta Suplicy disputam entre si,
nos comerciais, o governador tucano Geraldo Alckmin.
O primeiro ameaça que só com ele, com "prefeitura e
governo trabalhando juntos, sem briga", o Bilhete Único
será ampliado para o metrô. É o marketing do medo -e
também uma forma de tomar uma "marca" da prefeita.
A segunda tenta mostrar que administra sem conflito
com Alckmin. Dá como exemplo uma estação de metrô
que não existia em projeto e deve sair porque ela teria sugerido "que a prefeitura pagasse o custo da construção".
Até as urnas
Foi manchete no Jornal da Record e em toda parte:
- O desemprego na região
metropolitana de São Paulo é o
menor no governo Lula.
Mas a Globo On Line destacou
o que importa, de fato, para a
campanha eleitoral:
- Desemprego deverá continuar em queda nos próximos
meses em São Paulo.
Troféu eleitoral
Afinal uma voz de governo,
qualquer governo, saiu a questionar o uso eleitoral da chacina
de mendigos. Do ministro do
Desenvolvimento Social, Patrus
Ananias, na Globo On Line:
- É ruim que um acontecimento assim seja usado com fins
político-partidários. Estes pobres acabam se tornando troféu
eleitoral.
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