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"Já fiz operação sem registro", diz Quintanilha
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Presidente do Conselho
de Ética, o senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), considerou normal o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não ter registrado em
cartório um empréstimo
de R$ 178 mil e disse que já
fez o mesmo quando trabalhava em banco.
"Eu fui gerente do Banco do Brasil e fiz muitas
operações que eu não registrava", disse Quintanilha. A declaração está nas
notas taquigráficas do depoimento prestado por
Renan aos relatores do
processo contra ele no
conselho, que foi realizado
na última quinta-feira a
portas fechadas.
Procurado ontem, o presidente do conselho disse
que era praxe do banco só
registrar contratos de empréstimo na hora de executá-los. "O mútuo não
tem essa obrigatoriedade
de registro em cartório. Só
quando há inadimplência
e você quer recorrer a outros mecanismos para receber, aí registra em cartório", disse Quintanilha.
Renan tomou esse empréstimo com a locadora
de veículos Costa Dourada, que tem como um dos
sócios Tito Uchôa, suspeito de ser "laranja" de Renan. Depois de três anos,
os valores não foram pagos
nem amortizados.
"Isso é como um cheque
especial. Você não registra
cheque especial em cartório", disse Renan. Parte
significativa das receitas
da Costa Dourada vinha de
órgãos públicos alagoanos.
Renan fez 40 saques de
R$ 3.000 a R$ 4.800 na
conta da locadora de veículos no período de 7 de janeiro de 2004 a 1º de julho
de 2005. "O meu motorista ou a empregada ia pegar", afirmou o senador.
(FERNANDA KRAKOVICS E ANDRÉA MICHAEL)
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