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PROTESTO
PT, PSB e PCB hesitavam em assinar texto produzido às pressas para substituir o manifesto da oposição
Impeachment ainda divide marcha
da Sucursal de Brasília
Apenas uma parcela dos organizadores da "Marcha
dos 100 Mil" havia
decidido assinar,
até ontem à noite,
manifesto que defende o impeachment do presidente Fernando Henrique Cardoso e que
será distribuído durante o protesto, com as palavras de ordem:
""Basta de FHC e fora o FMI".
O PT, o PSB e o PCB hesitavam
em assinar o texto produzido às
pressas ontem à tarde para substituir o manifesto redigido pelos
partidos políticos de oposição,
cuja divulgação fora suspensa.
Os partidos que promovem a
marcha planejavam divulgar hoje
um manifesto contra o governo
com o apoio mais amplo de personalidades e entidades da sociedade civil, como a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Esse apoio
não veio, e o manifesto foi adiado.
Até as 19h, o presidente do PT,
deputado José Dirceu (SP), ainda
não havia tomado conhecimento
do texto. Assinam o documento a
CUT (Central Única dos Trabalhadores), o MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra), a CMP (Central de Movimentos Populares) e a UNE
(União Nacional dos Estudantes),
além do PDT, do PC do B e do
PSTU, esse último sem representação no Congresso.
O texto a que a Folha teve acesso antes de ser impresso defende
o impeachment de FHC. ""O povo
brasileiro exige a investigação de
prática de crime de responsabilidade e, consequentemente, o impeachment de FHC."
Esse trecho aparece logo depois
da menção ao abaixo-assinado
que pede a imediata abertura de
uma CPI (Comissão Parlamentar
de Inquérito) no Congresso para
apurar supostas irregularidades
na privatização da Telebrás.
O presidente da CUT (Central
Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, disse ontem que
é a favor do impeachment, mas
apenas depois de investigadas as
responsabilidades de FHC no suposto favorecimento durante a
privatização da Telebrás.
Os signatários do documento
defendem a suspensão imediata
do programa de privatização do
governo federal e a auditoria nos
negócios já concluídos de venda
de empresas estatais.
Entre as propostas de mudança
na política econômica, o documento cita a revisão do acordo
com o FMI, o ""cancelamento" do
pagamento da dívida externa, a
redução ""drástica" dos juros e a
punição dos especuladores.
Segundo Raimundo Bonfim, dirigente da Central de Movimentos Populares e integrante do grupo que redigiu o documento, não
houve divergências importantes
sobre o conteúdo do documento.
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