|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Banco nega empréstimos no PR
JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Londrina
A dificuldade de acesso às linhas
de financiamento do BNDES fez
com que o grupo Felipe, de Apucarana, adiasse um ambicioso
plano de expansão.
Segundo Felipe Alexandre Felipe Neto, 31, presidente do grupo,
o BNDES foi procurado em 1997
para que analisasse uma linha de
crédito para investimentos de R$
40 milhões.
"A burocracia, aliada à falta de
financiamentos a longo prazo, inviabilizou o acesso ao banco", disse Felipe Neto.
O grupo tem duas indústrias
têxteis no município e emprega
390 funcionários. O faturamento
previsto para este ano é de R$ 25
milhões.
Para o empresário, caso o governo federal tenha interesse em
combater o desemprego, o setor
têxtil deveria receber linhas especiais de crédito.
Felipe Neto disse que para cada
R$ 20 mil investidos no setor é gerado um emprego direto. "O setor
de confecções é grande empregador e não dá para entender a prioridade para as grandes montadoras," diz o empresário.
Antônio Carlos Macarrão Machado, 35, da MBrasil Bonés Promocionais, também de Apucarana (norte do Paraná), é outro empresário que não teve acesso a linhas de crédito do BNDES.
Há três anos, ele buscou recursos da ordem de R$ 80 mil para
renovar o parque de máquinas de
sua fábrica. "Fui brecado pela má
vontade e pela burocracia oficial",
reclama.
A negativa do BNDES fez Machado mudar sua estrutura operacional. De empregador de mão-de-obra passou a trabalhar terceirizado com outras indústrias.
Ele hoje fecha contratos com
outras fábricas para industrializar
seus produtos. A MBrasil produz,
neste esquema, uma média de 60
mil peças por mês.
De 80 funcionários há três anos,
a empresa trabalha hoje com apenas cinco, que atuam no controle
de qualidade. Ele não informou o
faturamento anual da empresa.
Machado afirma que R$ 1 milhão em investimentos poderiam
gerar 200 empregos diretos em
duas indústrias "prontas, com
maquinário moderno, no setor de
bonés".
Ele vai além, afirmando que
com as células (facções e pequenas fábricas de insumos para a fabricação de bonés) em volta de
cada indústria, "esse um milhão
poderia representar 500 empregos, entre diretos e indiretos".
Apucarana é o principal pólo
nacional no setor de fabricação de
bonés e camisetas promocionais,
com 210 empresas, incluindo formais e informais.
A produção do município é destinada ao mercado interno (regiões Sul e Sudeste) e externo (Estados Unidos, Europa e Japão).
Texto Anterior: Dinheiro público: BNDES dá mais a quem emprega menos Próximo Texto: Setor recebe recusa por ser "inviável" Índice
|