São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 2002

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NO AR

Todos por Lula

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

Lula está, assim o diz, em seu melhor momento. Dele, nos telejornais:
- É uma situação a melhor que eu vivi em todas as minhas disputas.
Falava das pesquisas, claro, mas é seu melhor momento em outro sentido. A onda Lula faz com que ele seja disputado por quase todos -e obriga aliados a lutar para mantê-lo.
É disputado por advogados, por exemplo, que o receberam ontem na OAB com observações sobre como fazer a indicação de três ministros para o Supremo, ano que vem.
É disputado por diretores da Fiesp, que já tratam de anunciar publicamente o apoio e talvez até apareçam hoje no horário eleitoral.
Mas o caso mais emblemático se dá em São Paulo, com Aloizio Mercadante e José Genoino de um lado e Orestes Quércia e Paulo Maluf de outro.
Mercadante passou Quércia e avançava sobre Romeu Tuma, na disputa pelo Senado, quando Lula apareceu na propaganda quercista.
Agora Quércia já recuperou terreno e ameaça deixar o PT, graças a Lula, com um senador a menos em Brasília.
Genoino, por sua vez, dizia ontem a diretores da federação do comércio, como registrou a Jovem Pan, que na reta final vai se associar ao máximo a Lula, que descreve como uma "força" que só ele tem.
Só Genoino tem, em princípio, mas o adversário pepebista não quer assim. Ontem, lançou o que chamou de chapa Luma. Lula e Maluf.
 
José Serra insistiu ontem que não atacou o petista por falta de diploma. Disse que a cobrança só "saiu uma vez", mas bastou para o petista ser apresentado como "vítima".
Também ontem, Serra tirou do ar a propaganda de Ciro que pregava nele a marca de Senhor da Guerra, pelos ataques, entre outros, a Lula.
Também ontem, em contraste aberto, Serra pôs no ar um novo comercial de ataque à falta de "competência" do petista.
 
Ciro passou com facilidade, Serra também. Mas o crescente Garotinho, que ameaça chegar ao segundo turno, não escapou da carga de Fátima Bernardes e William Bonner.
A apresentadora do Jornal Nacional chegou a apontar uma "falta de ética" na promessa de casa própria a R$ 1 feita pelo candidato.
Mas a entrevista poderia ter sido bem pior para Garotinho. Foi ajudado pelos internautas, cujas perguntas estiveram mais para apelos de aumento para o funcionalismo etc.
E não se tocou, em momento nenhum, na fita que ele afirmou que liberaria para o próprio JN -e jamais foi ao ar.


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