São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 2005

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Aldo diz que manterá autonomia da Câmara

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Coordenador político do governo durante a maior derrota de Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara -a eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE), em fevereiro-, Aldo Rebelo (PC do B-SP), 49, diz que manterá a independência do Legislativo e afirma ter colhido ensinamentos da derrota.
"É preciso buscar não só a unidade dos partidos, mas principalmente colher as expectativas dos próprios deputados", disse o comunista sobre a lição que tirou do episódio. Deputado federal desde 1991, Aldo tenta, com o apoio do governo, ser o presidente da Câmara mesmo tendo como lastro uma das menores bancadas da Casa, o PC do B, que possui só nove deputados. (RANIER BRAGON)
 

Folha - Qual é a sua proposta, caso vença a eleição?
Aldo -
A negociação entre governo e oposição, entre os partidos com a sociedade, é um papel central que eu vejo para a Câmara. A Câmara já tem uma agenda importante a ser cumprida. Trata-se de dar prosseguimento.

Folha - Como o sr. responde à crítica de que o seu nome é uma imposição do Palácio do Planalto?
Aldo -
O julgamento de quem está melhor preparado para presidir a Câmara cabe aos deputados. Eu não creio que o melhor critério para esse julgamento seja o fato de um candidato ter mais ou menos identidade com o governo ou com a oposição. O que cabe julgar é se ele tem compromisso com a democracia e com a independência do Poder Legislativo.

Folha - É disso que falamos. Uma pessoa tão ligada ao governo tem como manter independência?
Aldo -
Tenho 16 anos de história, de luta pela independência do Legislativo. E dei o meu testemunho do zelo por essa independência quando fui líder do governo do presidente Lula. Não creio que [a crítica] tenha base nem na história recente nem em fatos.

Folha - O sr. coordenou a principal derrota do governo Lula na Câmara. O que mudou que o faz acreditar agora na vitória?
Aldo -
A vida é feita de vitórias e derrotas, cabe extrair as lições das derrotas e procurar não repeti-las. Aprendi que é preciso buscar não só a unidade dos partidos, mas principalmente colher as expectativas dos próprios deputados.

Folha - Como o sr. conduzirá os processos de cassação, incluindo o de José Dirceu, de quem o sr. é testemunha de defesa?
Aldo -
Qualquer presidente que vier a ser eleito conduzirá esses processos em harmonia com as instituições e com o apoio da Constituição e do regimento interno.


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