Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Aldo diz que manterá
autonomia da Câmara
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Coordenador político do governo durante a maior derrota de
Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara -a eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE), em fevereiro-,
Aldo Rebelo (PC do B-SP), 49, diz
que manterá a independência do
Legislativo e afirma ter colhido
ensinamentos da derrota.
"É preciso buscar não só a unidade dos partidos, mas principalmente colher as expectativas dos
próprios deputados", disse o comunista sobre a lição que tirou do
episódio. Deputado federal desde
1991, Aldo tenta, com o apoio do
governo, ser o presidente da Câmara mesmo tendo como lastro
uma das menores bancadas da
Casa, o PC do B, que possui só nove deputados.
(RANIER BRAGON)
Folha - Qual é a sua proposta, caso vença a eleição?
Aldo - A negociação entre governo e oposição, entre os partidos
com a sociedade, é um papel central que eu vejo para a Câmara. A
Câmara já tem uma agenda importante a ser cumprida. Trata-se
de dar prosseguimento.
Folha - Como o sr. responde à crítica de que o seu nome é uma imposição do Palácio do Planalto?
Aldo -O julgamento de quem está melhor preparado para presidir
a Câmara cabe aos deputados. Eu
não creio que o melhor critério
para esse julgamento seja o fato de
um candidato ter mais ou menos
identidade com o governo ou
com a oposição. O que cabe julgar
é se ele tem compromisso com a
democracia e com a independência do Poder Legislativo.
Folha - É disso que falamos. Uma
pessoa tão ligada ao governo tem
como manter independência?
Aldo - Tenho 16 anos de história,
de luta pela independência do Legislativo. E dei o meu testemunho
do zelo por essa independência
quando fui líder do governo do
presidente Lula. Não creio que [a
crítica] tenha base nem na história recente nem em fatos.
Folha - O sr. coordenou a principal derrota do governo Lula na Câmara. O que mudou que o faz acreditar agora na vitória?
Aldo - A vida é feita de vitórias e
derrotas, cabe extrair as lições das
derrotas e procurar não repeti-las.
Aprendi que é preciso buscar não
só a unidade dos partidos, mas
principalmente colher as expectativas dos próprios deputados.
Folha - Como o sr. conduzirá os
processos de cassação, incluindo o
de José Dirceu, de quem o sr. é testemunha de defesa?
Aldo - Qualquer presidente que
vier a ser eleito conduzirá esses
processos em harmonia com as
instituições e com o apoio da
Constituição e do regimento interno.
Texto Anterior: Escândalo do "mensalão"/Câmara no escuro: Por apoio, candidatos buscam mudar imagem Próximo Texto: "Candidatura de Aldo é imposta", diz Dornelles Índice
|