São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 2005

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"É hora de valorização da Casa", avalia Nonô

DO PAINEL, EM BRASÍLIA

Conhecido por sua verve muitas vezes incendiária, José Thomaz Nonô (PFL-AL) adotou um tom conciliador para tentar retirar de sua candidatura o carimbo de meramente oposicionista. Crítico do governo, diz que, se eleito, não entrará em confronto com o Executivo. Nonô, que já tem o apoio do PSDB e espera oficializar também as adesões do PDT, do PPS e do PV, espera angariar apoios avulsos também na base. Leia, a seguir, trechos da entrevista. (VERA MAGALHÃES)
 

Folha - O que o move a querer presidir a Câmara diante do desgaste da imagem da instituição?
José Thomaz Nonô -
A absoluta certeza de que posso presidir a instituição de forma exitosa, numa campanha de resgate da imagem da classe política. Toda crise é pedagógica. É chegada a hora de tentarmos um caminho novo, de valorização da Casa.

Folha - Em que perfil sua candidatura se encaixa?
Nonô -
Sou um tocador de trabalhos, eficiente, que conhece o funcionamento da Casa. Presidi a segunda comissão da Assembléia Constituinte e entreguei o relatório com 30 dias de antecedência.

Folha - A eleição de Severino fez aflorar um grupo silencioso. Um nome do baixo clero tem chance?
Nonô -
Eu nem discuto essa alternativa porque evito usar a expressão baixo clero. É pejorativa. E é preciso que fique claro que o contexto de hoje é diferente. A vitória do Severino foi antes de tudo uma derrota do PT.

Folha - Os candidatos têm pregado uma agenda de retomada dos trabalhos, mas há outra, das punições aos acusados de se beneficiar do "mensalão". Como o sr. vai dar seqüência a isso?
Nonô -
Por mais que a sociedade reclame, com razão, a conclusão desses processos, é inegável que essa interminável avalanche de falcatruas dá uma idéia de que a Casa só cuida disso. A Casa deve se debruçar sobre as investigações, mas isso não prejudica os trabalhos normais.

Folha - Há algumas semanas, o sr. foi mais assertivo, dizendo que a sociedade não perdoaria se não houvesse punições. O sr. se sente melindrado por parte do eleitorado estar envolvida em denúncias?
Nonô -
Não tenho melindre nenhum. Acho que temos de acelerar o processo de averiguação de responsabilidades, garantindo a ampla defesa dos acusados.

Folha - E em relação ao governo, qual será sua atitude?
Nonô -
Não será de embate. Se for para o bem do país, não me sentirei constrangido em afinar procedimentos com o governo.


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