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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Corda esticada
Em privado, ministros do Supremo manifestam
preocupação com a escalada retórica de apoiadores
de Lula. Nos últimos dias, vários passaram a sugerir a
"ilegitimidade" de qualquer resultado que não seja a
vitória do petista já no primeiro turno.
Ontem, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC
do B), voltou-se contra a "campanha dos adversários
querendo levar a eleição para o segundo turno, independente da vontade do eleitor, porque acham que assim é melhor". Aldo arrematou: "melhor para quem,
cara pálida?". Ministros temem que a radicalização
lance desconfiança sobre o processo eleitoral e ajude
a dividir a sociedade uma vez apurados os votos.
Pró-ativo. Embora Expedito Afonso Veloso tenha declarado à Polícia Federal não ter
sido "a pessoa que montou o
dossiê", os investigadores estão convencidos que o ex-diretor do Banco do Brasil não
entrou na história apenas como divulgador do papelório.
Seleção. Em seu depoimento à PF, o churrasqueiro Jorge
Lorenzetti afirmou ter escolhido Gedimar Passos para
trabalhar no setor de arapongagem da campanha de Lula
"através de consulta feita ao
Recursos Humanos do PT".
Tudo pelo social. Sobre
os repasses milionários do governo federal à sua ONG Unitrabalho, Lorenzetti disse à
PF que eles se devem ao
"maior empenho social" da
administração Lula.
Desmemoriado. Oswaldo
Bargas, outro homem do dossiê, declarou ter recebido de
Lorenzetti a missão de encontrar um repórter "de confiança" para dar curso à denúncia.
Bargas perguntou a Ricardo
Berzoini "se ele conhecia algum". O presidente do PT disse "que não se lembrava".
Piada pronta. Ganhou o
apelido de "Lei Lorenzetti" o
decreto assinado por Lula reduzindo o IPI de chuveiros,
entre outros materiais de acabamento da construção civil.
Maldição. Ibsen Pinheiro,
José Dirceu, José Genoino,
Benito Gama. Dos principais
algozes de Collor no Congresso em 1992, somente um ainda não havia caído em desgraça: Aloizio Mercadante.
Na cabeça. Em nova rodada da pesquisa Ibope sobre a
eleição para deputado federal,
Paulo Maluf (PP) recebeu, de
longe, o maior número de declarações espontâneas de voto em São Paulo. Em segundo
lugar ficou Clodovil (PTC).
Pernambuco. Pesquisa do
instituto Campus encomendada por Eduardo Campos
(PSB) o aponta com 30% das
intenções de voto na disputa
pelo governo estadual, 15
pontos à frente de Humberto
Costa (PT). Mendonça Filho
(PFL) lidera com 39%.
Paraná. Segundo turno à
vista: o GPP dá a Roberto Requião (PMDB) 47,5% dos votos válidos, contra 52,5% da
soma dos adversários. Alckmin tem 45,4% no Estado,
contra 33,2% de Lula.
Voto na mesa. O restaurante Piantella, tradicional
reduto de políticos em Brasília, terá telão e dez computadores conectados ao TSE para
quem quiser acompanhar a
apuração domingo na capital.
Lançamento. O advogado
Ives Gandra da Silva Martins
lança hoje no auditório da Lex
Editora, em São Paulo, o livro
"O Estado de Direito e o Direito do Estado".
Visitas à Folha. Fábio
Konder Comparato, professor titular da Faculdade de
Direito da USP e presidente
da Comissão de Defesa da República e da Democracia da
OAB, visitou ontem a Folha,
onde foi recebido em almoço.
Luiz Paulo Barreto, secretário-executivo do Ministério
da Justiça, visitou ontem a
Folha. Estava acompanhado
de Sérgio Torres Santos, assessor, e de Luciana Vieira de
Sousa, assessora de imprensa.
Tiroteio
"Jesus Cristo foi traído por um apóstolo,
e já sabia que seria. Lula se diz traído por
todos e sustenta nunca saber de nada."
Do deputado RICARDO BARROS (PP-PR), sobre o fato de o presidente
Lula ter se comparado a Jesus Cristo, no domingo, em Sorocaba.
Contraponto
Conjunto vazio
O escândalo do dossiê encomendado pelo PT para incriminar José Serra virou assunto no dia-a-dia da campanha
até para aqueles que deixaram a sigla na esteira do mensalão. Dias atrás, pedindo votos no centro do Rio de Janeiro, o deputado Chico Alencar (PSOL) foi abordado por
uma dezena de pessoas com perguntas sobre o caso.
Cansado de relatar seus parcos contatos com os personagens do noticiário, recorreu a uma resposta-padrão:
-De Freud, conheço pouca coisa, tanto quanto de Lacan e Jung. Lorezentti, só o chuveiro. E André, de cerca
de 40 anos, petista, aqui do Rio, lembro-me de oito ou
dez, e não dá pra imaginar nenhum com tanto dinheiro.
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