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SUCESSÃO NO ESCURO
Governador avalia que sua candidatura passou no teste em São Paulo e que ministro terá de "correr atrás"
Tasso diz que obrigou Serra a "sair da toca"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador e presidenciável
Tasso Jereissati (PSDB-CE) comunicou ao presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), que
"passou no teste" de São Paulo e
de agora em diante está em campanha pelo país para disputar a legenda do PSDB na sucessão presidencial de 2002. Tasso disse a Aécio que São Paulo seria decisivo
para avaliar suas chances. Era
avançar ou recuar, e ele decidiu
avançar porque ficou "animado"
com as manifestações de estímulo
dos tucanos paulistas.
Os próximos passos vão ser um
encontro com empresários ligados à Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) e uma
viagem política a Minas Gerais.
Na avaliação de Tasso, o lançamento do seu nome e o apoio da
família Covas em São Paulo, na
última segunda-feira, tiveram um
efeito positivo para o partido:
obrigou o ministro da Saúde, José
Serra (SP), seu principal adversário no PSDB, "a sair da toca e correr atrás", inclusive intensificando contatos nas bases tucanas.
Depois da festa preparada pela
família Covas, no Instituto de Engenharia, Serra já fez discurso de
candidato num seminário sobre a
Alca no Congresso e anunciou até
uma espécie de lema de campanha: o da "responsabilidade cambial". Ainda segundo Tasso, isso
significa que o candidato tucano
não vai sair "da carta da manga"
do presidente Fernando Henrique Cardoso nem pode se considerar "previamente ungido". Ou
seja: vai ter que trabalhar as bases.
No jogo
Para Aécio, os movimentos dos
dois presidenciáveis têm sido
"muito positivos" para o PSDB,
porque ambos decidiram investir
em contatos e discussões com
parlamentares e governadores tucanos e fizeram um pacto: se der
Serra, Tasso apoiará; caso contrário, Serra apoiará Tasso.
"Tasso entrou no jogo e não entrou brincando. Entrou para valer
e está avançando", disse Aécio
ontem. Contou também que Renata, mulher de Tasso, participou
do jantar dos dois, na residência
oficial da presidência da Câmara.
Além de São Paulo e Rio, uma
das prioridades de Tasso é Minas
Gerais, onde Aécio é o único dos
três líderes tucanos identificados
com a candidatura Serra.
Os outros dois, o ministro Pimenta da Veiga (Comunicações)
e o ex-governador Eduardo Azeredo, são sempre apontados como favoráveis a Tasso.
Ontem, Aécio fez questão de dizer que está neutro na disputa interna do partido: "Vejo pelos jornais que estou deste ou daquele
lado, mas não estou na lista de
ninguém, nem do Serra nem do
Tasso. Estou na lista do PSDB".
Ele disse que "a unidade do partido vai ser construída a partir da
candidatura que se viabilizar, até
março ou abril de 2002". Nesse
tempo, os tucanos pretendem
avaliar as chances de Serra, Tasso
ou, eventualmente, outro nome,
para então lançar o candidato na
rua.
(ELIANE CANTANHÊDE)
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