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São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2003

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PAINEL

Buraco bilionário
Um rombo de R$ 15 bi foi descoberto na proposta orçamentária de Lula para 2004 pela consultoria técnica do Congresso. Trata-se de previsões de despesas sem a indicação das receitas correspondentes. A avaliação consta de nota enviada ao relator do projeto, Jorge Bittar (PT).

Sutil diferença
Entre as despesas previstas sem receita constam, por exemplo, R$ 6 bi do fundo de compensação da Lei Kandir, R$ 1,66 bi da divisão da Cide com os Estados e R$ 1,75 bi do Fundo de Desenvolvimento Regional. Gastos definidos nos acordos feitos pelo governo Lula para aprovar a reforma tributária.

Ainda em teste
Prioridade no programa de governo da campanha eleitoral de Lula, a Farmácia Popular será finalmente lançada no mês de dezembro. Mas numa única cidade, que servirá como uma espécie de laboratório. Se o resultado for positivo, o projeto será ampliado no ano que vem.

Gato escaldado
Geddel Vieira Lima (PMDB), primeiro-secretário da Câmara, mandou desativar 200 linhas de telefone que não eram ligadas ao PABX da Casa. Vítima de grampos ilegais na Bahia carlista, alegou que esses aparelhos eram mais sujeitos à escuta.

Obras na pista
Inspirado em Gana (África), o governo federal vai incluir em contratos com empreiteiras uma cláusula que garanta o uso de mão-de-obra local para a manutenção de rodovias. A intenção é criar ao menos 200 empregos em cada região.

Ambição comunista
Prioridades do PC do B nas eleições municipais do ano que vem: triplicar o número de vereadores (foram diplomados 150 na disputa de 2000) e ganhar as prefeituras de Fortaleza (CE) e Manaus (AM), com os deputados Inácio Arruda e Vanessa Graziottin, respectivamente.

No ar
O Ministério dos Transportes elabora banco de dados informatizado sobre rodovias, portos e ferrovias a fim de auxiliar na identificação das melhores rotas para turismo e transporte de cargas. O projeto de US$ 1 mi, financiado pelo BID, deverá ser concluído no final de 2004.

Avaliação extensiva
Cristovam Buarque (Educação) apresentará nesta semana a Lula o novo sistema de avaliação do ensino superior, substituto do provão. O programa terá duas provas, uma no meio e outra no final do curso, aliadas a uma avaliação curricular durante todo o período de graduação.

Fim do ranking
O "novo provão" será feito por amostragem em todos os cursos de graduação em todos os Estados. Não será obrigatório aos alunos e as notas não serão divulgadas, ao contrário do que ocorre atualmente. Também não será divulgado mais o "ranking" de instituições de ensino.

Oposição interna
Lula encaminhará o "novo provão" ao Congresso como projeto de lei. A intenção é aprová-lo em 2004 para que tenha início em 2005. Mas antes será preciso enfrentar a oposição de petistas ligados à Educação, que defendem o fim da avaliação.

Reforma natureba
Fernando Gabeira (sem partido-RJ) aprovou a proposta do governo federal de fatiar a reforma tributária. Mas não chamou a manobra de "miolo da picanha", como fez Lula: "Como sou vegetariano, considero esse projeto o coração da alcachofra".

Marketing de governo
Preocupado com a imagem do governo, o Planalto iniciou a divulgação de uma "agenda positiva". Diz ter gasto, por exemplo, R$ 67 mi em publicidade institucional e campanhas de utilidade pública de janeiro a outubro -61% do despendido por FHC durante todo o ano de 2002.

TIROTEIO

Do governador Jorge Viana (PT-AC), sobre os rumos da economia no governo Lula:
-Concordo com a política adotada para derrotar a inflação. Mas, até o final do ano, o governo tem que retomar o investimento público para reduzir a desigualdade regional.

CONTRAPONTO

Coração de mãe

Os líderes das bancadas na Câmara reuniram-se na última quarta-feira no gabinete de João Paulo Cunha (PT-SP), presidente da Casa, para discutir o Estatuto do Desarmamento. Quando ele entrou na sala com Nelson Pellegrino (PT-BA), os outros líderes já estavam em volta da mesa. Pellegrino sentou-se ao lado de Roberto Freire (PPS-PE) e o cumprimentou:
-Bom dia, meu grande amigo Roberto Jefferson!
Irritado por ter sido confundido com o presidente do PTB, seu desafeto desde a campanha presidencial, Freire disfarçou:
-Não é nenhuma ofensa ser chamado de Roberto Jefferson, mas eu sou Roberto Freire.
Percebendo a saia justa, Pellegrino tentou desanuviar o clima:
-A base do governo é tão grande que acaba provocando esse tipo de confusão. Mas vocês dois estão no mesmo lugar em meu coração.


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