São Paulo, sábado, 26 de novembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"MENSALÃO"/CONEXÃO TUCANA

Sub-relator reclama de polêmica causada pela não-inclusão de Eduardo Azeredo em documento

Fruet diz que vai propor fim de relatórios parciais na CPI

Sérgio Lima -10.nov.2005/Folha Imagem
O sub-relator de movimentação financeira da CPI dos Correios, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), que reclamou ontem de "armadilha'


MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O deputado federal e sub-relator de movimentação financeira da CPI dos Correios, Gustavo Fruet (PSDB-PR), se queixou ontem de ter caído numa ""armadilha" e disse que vai propor ao comando da comissão a suspensão da votação de relatórios parciais.
Fruet afirmou também que vai enviar à Polícia Federal, ao Ministério Público e à Polícia Civil de Minas Gerais, ""como colaboração às investigações locais", os documentos já reunidos sobre crime eleitoral na campanha tucana de 1998 ao governo mineiro.
""Não quero dúvidas com relação à minha conduta. A gente faz um relatório a pedido do presidente e do relator [da CPI] e, de repente, é a gente que acaba julgado", reclamou o deputado, cujo relatório parcial sobre a movimentação financeira do publicitário Marcos Valério de Souza foi alvo de polêmicas.
O documento, que aponta indícios de crimes cometidos pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e por Valério em seis contratos de empréstimos referentes a R$ 55 milhões, motivou uma queda-de-braço entre governistas e oposição. Pronto para ir à votação, o relatório foi bombardeado pelo PT por deixar de fora as investigações sobre o caixa dois na campanha de reeleição do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao governo mineiro, em 1998.
""Não faço parte de nenhum acordo e, se existe, desconheço", rebateu. Segundo Fruet, o presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), foi quem sugeriu o ordenamento das denúncias já apuradas em ""capítulos", e o relator, Osmar Serraglio (PMDB-PR), concordou. Nessa subdivisão, Fruet disse que fez o combinado: tratou dos empréstimos de 2003 a 2005, entre o ex-tesoureiro do PT e o publicitário.
""Os dados [das operações bancárias] de 1998, 1999 e 2000 não chegaram por completo à CPI, mesmo os contratos de empréstimo envolvendo Eduardo Azeredo. Agora, por mais que eu queira dizer isso, não adianta. Principalmente por eu ser do PSDB."
Para ""evitar qualquer dúvida do procedimento", ele disse que vai reunir todas as informações disponíveis, mais as sugestões que o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) apresentou anteontem, relacionadas ao caixa dois tucano de Minas Gerais, e mandar para o relator decidir.

"Gol contra"
Segundo Fruet, em vez de a CPI discutir a questão da simulação dos empréstimos de Valério ao PT, o debate se atém ao que não entrou no relatório. ""Isso foi um gol contra. Isso sim é derrota."
Ele disse que é cobrado também por não mencionar revelações do publicitário Duda Mendonça sobre pagamento da campanha presidencial de Lula, em 2002, e sobre depósitos no exterior, além de suspeitas sobre corretoras de valores e os depoimentos de outros personagens do escândalo.


Texto Anterior: Senador apresentará projeto para evitar nomeação política no STF
Próximo Texto: Frases
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.