São Paulo, quinta-feira, 26 de novembro de 2009

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PT e PMDB acertam "aliança heterodoxa"

Nos Estados em que base aliada tiver 2 candidatos a governador, Dilma fará campanha para ambos ou para nenhum deles

Líder Romero Jucá diz que há problemas em Minas, Bahia, Rio e Pará, mas que o acordo nacional com o PT já está formatado e consolidado

Sérgio Lima/Folha Imagem
A ministra Dilma Rousseff concede entrevista ao lado do ministro Geddel Vieira Lima em Brasília

MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
MÁRCIO FALCÃO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

Integrantes do PMDB e do PT se reuniram ontem e, diante das dificuldades em compor a chapa em alguns Estados, saíram do encontro falando em uma aliança "heterodoxa" em determinados locais.
As situações de Minas Gerais, Rio e Bahia foram as mais discutidas. No terceiro Estado definiu-se que haverá dois candidatos: o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, do PMDB, e o atual governador, Jaques Wagner, do PT. Em casos desse tipo, ficou combinado o seguinte compromisso para a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata à Presidência: ou ela sobe nos dois palanques ou em nenhum deles.
Para discutir a situação no Pará, outro Estado difícil, os dois partidos marcaram reunião para semana que vem. O encontro deve contar com a presença dos dois postulantes ao governo: Ana Júlia Carepa (PT) e Jader Barbalho (PMDB).
"Ontem demos mais um passo no entendimento. Existem Estados que efetivamente vão ser mais difíceis, com uma solução heterodoxa, diferente da maioria dos Estados que nós vamos fazer", disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Ele citou ainda Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Pernambuco, mas ressaltou que o acordo nacional entre PT e PMDB já está formatado e consolidado.
"Ele [Jucá] quis dizer que podemos fazer aliança com outros partidos, mas sempre tendo como apoio central a ministra Dilma", explicou o líder peemedebista, deputado federal Henrique Eduardo Alves (RN).
Em alguns casos, ficou acertado ainda que deve-se esperar as definições do resultados das eleições internas do PT para definir a estratégia estadual junto ao PMDB. Rio e Minas terão segundo turno para escolher o presidente do partido no Estado. Além deles, de acordo com o atual presidente da sigla, deputado Ricardo Berzoini (SP), outros quatro Estados também terão segundo turno.

Vitória de Dutra
Ontem, ao falar sobre a eleição petista, Berzoini confirmou a vitória do ex-senador, José Eduardo Dutra, com 85% das urnas apuradas, para assumir a presidência nacional do PT.
Dutra inclusive já participou da reunião do PMDB. Depois, à tarde, ao comentar a candidatura de Dilma, ele disse que a legenda tem condições de vencer sem "sapato alto" e disse que a principal estratégia será "chamar a população" para comparar os oito anos do governo Lula com os oito anos de Fernando Henrique Cardoso.
Dutra também reconheceu que a disputa eleitoral -a primeira sem a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos últimos 20 anos- será difícil, mas afirmou que o PT é "indiferente" em concorrer com o governador paulista José Serra (PSDB) ou com o governador mineiro Aécio Neves (PSDB).
"Temos condições de ganhar sem salto alto. Vai ser difícil a disputa qualquer que seja o adversário. Não cabe falarmos quem é mais difícil. O PSDB é que tem que escolher seu candidato. Não temos preferência. Não vamos escolher o adversário", declarou Dutra.
Ainda sobre as eleições de 2010, disse que vai trabalhar para agregar o máximo de aliados possíveis em torno de Dilma. Disse respeitar a candidatura de Ciro Gomes (PSB-SP), mas defendeu a candidatura do deputado ao governo paulista.


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