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REFAVELA
Cantor planeja mudar incentivos fiscais
Gil faz 1º show após ser indicado ministro
FABIANA CIMIERI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Antes de começar seu primeiro show após ser indicado para o
ministério de Lula, o futuro ministro da Cultura Gilberto Gil
afirmou que ainda não definiu
os principais pontos da política
cultural que será adotada pelo
governo. Disse que primeiro
quer montar sua equipe.
Ontem à noite, ele fez um
show na favela da Rocinha. A
forte chuva que atingiu o Rio
atrapalhou a apresentação do
cantor: menos de mil pessoas
compareceram à apresentação.
O ingresso estava sendo vendido a R$ 5. Como não havia público, os portões foram liberados e as pessoas assistiram à
apresentação gratuitamente.
Apesar do pequeno público, o
show foi visto por vários artistas,
como Jorge Mautner, Toni Garrido e Gerald Thomas. O jogador do Inter de Milão Ronaldinho também esteve presente.
Sobre o governo, Gil declarou:
"O que é prioridade está sendo
discutido com a equipe do PT e
com a que eu estou levando [para o ministério]. Em janeiro, fevereiro, vamos começar a trabalhar. E assentar as idéias".
Segundo ele, algumas ações
têm de ser tomadas imediatamente. É caso de ajustar o teto
para a renúncia fiscal (isenção
de imposto para quem contribui
com projetos culturais). Segundo o cantor, os incentivos fiscais
à cultura devem ser mantidos,
mas precisam ser concedidos de
forma "democrática e universal", sem privilegiar nenhum
segmento da indústria cultural.
Gil reclamou da falta de verbas
de seu ministério. "O Orçamento é baixo. Teve corte de 25%
neste ano. Mas há possibilidade
de complementação." Para driblar as restrições, ele pretender
buscar recursos nas estatais federais e criar fundos setoriais.
Gil quer ainda firmar uma
parceria com o Ministério do
Trabalho para dar o primeiro
emprego a jovens que forem trabalharem na restauração do patrimônio histórico. Ele espera
ainda realizar um projeto de
"animação cultural", organizando eventos em favelas de São
Paulo, Rio e Salvador.
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