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JUSTIÇA
Projeto deverá ser sancionado
Foro privilegiado é "adequado", diz FHC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso considerou "adequado" o projeto de lei que garante foro privilegiado a autoridades
após deixarem o cargo por crimes
cometidos durante o exercício da
função, e afirmou que vai sancionar o texto aprovado na semana
passada no Congresso.
"Eu sanciono. Sou favorável.
Não é privilegiado, é adequado.
Não tem sentido nenhum que um
ex-ministro, um ex-presidente ou
o que seja, tenha que responder
por perseguição política, processo que não tem nenhum fundamento mas que, em qualquer lugar, alguém pode fazer", afirmou
o presidente anteontem em Buritis (MG).
A aprovação do projeto não significará falta de punição, segundo
FHC. Na opinião do presidente, o
projeto evitará gastos com o pagamento de advogados para representar ex-presidentes ou ex-ministros em vários Estados.
A reunião dos processos no STF
(Supremo Tribunal Federal), que
julgaria ex-membros do Executivo federal, ajudaria no trâmite das
ações, segundo o presidente.
"Você tem que ter o local adequado. Isso não quer dizer que
não tenha punibilidade, quer dizer que você não tem o desgaste
de dinheiro, porque vai ter que
botar advogado", disse.
Em resposta ao Ministério Público, que pretende questionar a
constitucionalidade do projeto,
FHC citou o fato de os procuradores também terem direito ao privilégio de foro para julgamento.
"Os subprocuradores da República têm foro privilegiado. Por
que o presidente não vai ter? Por
que os ex-ministros não vão ter?"
Ampliação
O texto aprovado no Senado na
semana passada, que agora vai à
sanção presidencial, amplia também para improbidade administrativa o foro privilegiado.
Hoje, a lei prevê o uso do foro
privilegiado apenas para crimes
comuns e de responsabilidade cometidos durante o mandato.
Na nova versão, entraram os
processos por improbidade administrativa, atualmente julgados
pela primeira instância do Judiciário.
A outra mudança prevê o foro
privilegiado para ex-ocupantes de
cargos públicos. Até agora, o foro
especial só era previsto durante o
curso do mandato.
A liderança do governo no Senado apressou a votação do projeto, que vai beneficiar Fernando
Henrique Cardoso quando ele
deixar a Presidência.
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