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Serra diz a FHC que não quer 2004
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso e o presidente
do PSDB, José Serra, discutiram
anteontem em São Paulo o futuro
dos tucanos nas eleições de 2004 e
2006. Segundo a Folha apurou,
Serra disse a FHC que não pretende disputar a sucessão de Marta
Suplicy (PT) em São Paulo.
Ele deseja concorrer ao governo
paulista em 2006 e gostaria de ver
o ex-deputado José Aníbal disputando com Marta. O governador
tucano de São Paulo, Geraldo
Alckmin, resiste ao nome.
Na avaliação de hoje de FHC e
de Serra, o candidato do PSDB a
presidente em 2006 deveria ser
Alckmin. Mas ambos avaliaram
como missão dificílima o PSDB
derrotar o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva em 2006. Os dois não
têm dúvida de que Lula disputará
a reeleição.
FHC e Serra não dirão publicamente, mas acham que o PSDB
precisará ter um candidato que
aceite um grande risco de derrota
em 2006. Por isso, querem Alckmin, que não poderá disputar de
novo o governo e terá de optar entre o Planalto e a única vaga paulista do Senado.
Tanto FHC como Serra se colocam fora da disputa presidencial
de 2006. O ex-presidente não descarta totalmente, mas só sairia
candidato numa situação em que
Lula estivesse muito fraco, o que
ele, hoje, avalia ser improvável.
Serra também voltaria a pensar
em tentar o Palácio do Planalto
pela segunda vez num quadro de
extrema dificuldade para Lula. O
tucano foi derrotado no segundo
turno pelo petista em 2002.
Ao justificar sua intenção de
não concorrer contra Marta, Serra apelou a um argumento prático: o PT está em lua-de-mel com o
mercado e o empresariado nacional, principalmente o paulista, o
que facilitará a arrecadação de recursos para o PT nas campanhas
de 2004 e 2006.
No ano passado, na reta final da
eleição, Serra enfrentou problemas de caixa numa disputa presidencial. O tucano imagina que, na
hora H, Marta Suplicy terá o
apoio do empresariado e poderá
fazer uma campanha rica.
Nesse contexto, ele defende o
lançamento de um candidato
aguerrido, como Aníbal. Tucano
de retórica dura, ele poderia perder a eleição, mas faria um estrago
nos governos de Marta e de Lula,
ao "federalizar" a eleição.
Resistente à candidatura de
Aníbal, o governador Alckmin
prefere lançar um secretário seu,
como Saulo de Castro Abreu Filho (Segurança), Gabriel Chalita
(Educação) ou Arnaldo Madeira
(Casa Civil). Mas, na visão de
FHC e Serra, Chalita e Madeira
não teriam a agressividade necessária para enfrentar Marta, e
Abreu teria um calcanhar-de-aquiles (os problemas de segurança na capital).
(KENNEDY ALENCAR)
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