São Paulo, segunda-feira, 26 de dezembro de 2005

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Raposa no galinheiro 1
A empreiteira Engesolo, contratada para supervisão da obra da via expressa que ligará Belo Horizonte a Confins, mantém funcionários no gabinete do procurador-chefe do DER-MG, Roney Silva. A Linha Verde é o cartão-postal dos projetos eleitorais de Aécio Neves (PSDB).

Raposa no galinheiro 2
A Engesolo foi contratada para auxiliar o DER-MG na fiscalização das obras. O procurador do Estado Roney Silva explica a presença de funcionários da empresa no gabinete pela "proximidade da tramitação" de papéis e pela "necessidade de dar celeridade às desapropriações".

Previsão dos astros
A CPI dos Correios vai estourar, no retorno do curto recesso de 15 dias de janeiro, mais uma bomba, desta vez na área dos fundos de pensão. O petardo vai atingir o já combalido Banco do Brasil, trazendo à tona relações suspeitas com Lúcio Funaro, ex-sócio da Guaranhuns.

Nitroglicerina pura
Outra frente de investigação para a CPI no início do ano será a lista de todos os funcionários da Câmara, já em poder dos parlamentares. Com a relação, a CPI acredita que aparecerão novos sacadores de recursos do valerioduto, o que pode levar a mais deputados mensalistas.

Jeitinho brasileiro
Severino Cavalcanti (PP-PE) caiu da presidência da Câmara sem liberar a relação dos funcionários, requerida pela CPI. Aldo Rebelo (PCdoB-SP) esqueceu o assunto. Mas ela foi obtida extra-oficialmente. Os dados já estão no I2, o poderoso programa importado pela comissão.

Efeito dominó
Preocupada justamente em desvendar toda a cadeia do mensalão, a senadora Heloisa Helena (PSOL-AL) apresentou requerimento quebrando os sigilos dos beneficiários do valerioduto que ainda não tiveram as contas abertas. O rol inclui os deputados na fila de cassações.

Trabalho adiantado
O relatório preliminar da CPI dos Correios, divulgado na semana passada, já elenca, para quem quiser ler, os crimes pelos quais Marcos Valério deve ser indiciado ainda em janeiro: tráfico de influência, fraude fiscal e contábil e destruição de provas.

Liberou geral
Pesquisa feita pelo absolvido Romeu Queiroz (PTB-MG) e entregue ao presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), mostra que a pizza tem tudo para continuar sendo o carro-chefe do cardápio das cassações na Câmara em 2006.

Bem na fita
Pelo levantamento, elaborado quando Queiroz ainda estava na fila da degola, escapariam da cassação João Paulo Cunha (PT-SP), Professor Luizinho (PT-SP), Wanderval Santos (PL-SP) e Roberto Brant (PFL-MG).

Na berlinda
A pesquisa mostrou indecisão em relação aos casos de Pedro Henry (PP-MT), Josias Gomes (PT-BA) e João Magno (PT-MG). Seriam cassados apenas José Janene (PP-PR), Pedro Corrêa (PP-PE), José Mentor (PT-SP) e Vadão Gomes (PP-SP).

Ilha de excelência
O ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) presidiu um encontro de ministros da Justiça de países da América Latina, no Ceará. Em meio a reclamações generalizadas sobre o Judiciário, só um representante disse que a Justiça em seu país era rápida e eficiente: o ministro de Cuba.

Extrema relevância
O Conselho Nacional do Ministério Público vai decidir se o Manual de Redação da Presidência da República deve conferir a procuradores o mesmo tratamento de "Vossa Excelência" que dispensa a magistrados.

TIROTEIO

Do líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ), sobre Dilma Rousseff (Casa Civil) ter culpado a oposição pela não-votação do Orçamento:
-A ministra que assuma a responsabilidade de conseguir quórum na base aliada para a votação dos relatórios setoriais, nesta semana. Esses relatórios só serão votados porque a oposição aceitou fazer acordo.

CONTRAPONTO

Interfone sem fio

No segundo governo FHC, Tasso Jereissati (PSDB), então governador do Ceará, foi a Brasília para um almoço com José Serra. Na portaria do prédio funcional, anunciou:
-Vou à casa do ministro.
Como se lembrava do andar em que o então ministro da Saúde morava, subiu. À porta, foi recebido pela empregada:
-Boa tarde. Vim almoçar com o ministro.
Diante da cara de espanto da moça, Tasso arrematou:
-Já sei, ele está atrasado. Não tem problema, já estou acostumado com os atrasos dele.
Vários minutos se passaram e, quando já ficava impaciente, Tasso foi chamado pela empregada, que lhe trazia um telefone.
-Tasso, teria muito prazer em almoçar com você. Mas nós combinamos algo?
Era Eduardo Jorge, secretário-geral da Presidência. Tasso entrara no apartamento errado.


Próximo Texto: No ano de sua maior crise, PT perde 1/3 dos simpatizantes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.