São Paulo, terça, 27 de janeiro de 1998.



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Painel

Praga brasiliense
Prefeitos do interior do Rio Grande do Norte levaram ao conhecimento do Ministério da Saúde que funcionários do 3º e do 4º escalões estão pedindo comissão para liberar as verbas federais de combate à dengue.

Atrás do prejuízo
O ministro Carlos Albuquerque (Saúde) pediu ajuda recentemente ao governador Garibaldi Alves (PMDB) para localizar um prefeito que denunciara pedidos de comissão na liberação de verba de combate à dengue.

Futuro político
FHC e Luís Eduardo Magalhães almoçam hoje. O líder do governo na Câmara deve deixar o posto para ser candidato ao governo baiano, como quer ACM.

Realidade virtual
Maluf (PPB) procurou o PFL paulista neste fim-de-semana. Disse que se empenharia pessoalmente na recuperação da imagem da gestão Celso Pitta. E que o prefeito paulistano iniciará uma forte ofensiva na mídia.

A salvação sou eu
No programa "Todas as Faixas" que vai ao ar amanhã às 13h pela Musical FM, uma rádio de São Paulo, FHC diz que, se não tivesse aprovado a reeleição, ficaria sem força para votar as reformas: "Ou ganha a reeleição ou não haveria mais nada".

Clube do Bolinha
Os candidatos a deputados federal do PFL estão correndo atrás de mulheres. Pela lei eleitoral, é preciso uma candidata para cada grupo de três candidatos. Até agora, o partido não conseguiu nenhuma voluntária.

Aviso aos tucanos
Para o ministro Clóvis Carvalho (Casa Civil), as notícias sobre a demissão de Joel Rennó (presidente da Petrobrás) são pura fofoca: "Há dois anos, dia sim, dia não, derrubam Rennó. Conclusão óbvia: quem derruba não tem poder para derrubar".

Cobra comendo cobra
Iris Rezende (Justiça), que abriu mão da presidência do PMDB em favor de Jader Barbalho, quer eleger sua mulher, Iris, 1ª vice-presidente. A bancada na Câmara já tem candidato ao posto: Henrique Eduardo Alves. Se Jader sair, é o 1º vice que assume.

Conta gorda
A Radiobrás faturou R$ 7,8 mi no ano passado só de comissões da publicidade governamental que passou a intermediar no lugar das agências privadas. É quase todo o seu orçamento de custeio para 98, de R$ 8 mi.

Sedução eleitoral
FHC está preocupado com o "nível" da campanha eleitoral. Tanto que autorizou o secretário José Gregori (Direitos Humanos) a tratar do assunto com "setores não ideologizados" da oposição. O MST fica de fora.

Terreno minado
O temor do Planalto, a ser expressado por Gregori nas conversas com a oposição, é que a radicalização da campanha inviabilize, mais tarde, o diálogo e até eventuais alianças de FHC com setores da esquerda.

Registro histórico
Na eleição de 94, as equipes de campanha de FHC e de Lula trocaram mensagens sobre a necessidade de não baixar o "nível".

Galã rejeitado
Piada feita em uma rádio norte-americana sobre os escândalos sexuais envolvendo Bill Clinton: "Fizeram pesquisa com mil mulheres perguntando se transariam com o presidente: 85% disseram 'de novo, não"'.

Chicana interna
Os governistas do PMDB descobriram que não foi lavrada a ata da última reunião do Conselho Político, quando ficou decidido o apoio a FHC e que o mandato de Paes de Andrade ficaria em suspenso até a convenção. Tentam reconstituir o rascunho.

Salto alto
Roseana Sarney decidiu que não vai privatizar a estatal elétrica do Maranhão antes da eleição. Quer sanear a empresa para conseguir preço melhor depois. Já com o banco estadual o problema é outro: faltam compradores.
TIROTEIO
De Velloso Lucas, prefeito de Vitória (PSDB-ES), sobre os empréstimos ARO (Antecipação de Receita Orçamentária) a Estados e municípios, a exemplo dos R$ 324 mi que o Banco do Brasil liberou para Pitta:
- Só pede ARO prefeito que faz uma péssima administração, esteja no desespero e tenha a expectativa de não pagar. É a típica dívida que fica para o sucessor.

CONTRAPONTO

Salomão de ocasião
O PPB, partido de Maluf, está fazendo cera para votar a reforma da Previdência. As indicações do partido para a comissão especial que trata do assunto na Câmara revelam bem isso.
O governo se esforçou para colocar membros que são favoráveis ao projeto, mas o PPB dividiu literalmente ao meio as cinco vagas que possui na comissão.
O líder do governo na Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), encontrou Mário Cavallazzi (PPB-SC), membro da comissão, e perguntou:
- Cavallazzi, que história é essa de o Odelmo (Leão, líder do PPB) ter colocado na comissão dois deputados e meio a favor da reforma e dois e meio contra?!
Cavallazzi riu.
Um cacique do PPB explica: dois são 100% a favor (Cavallazzi e Roberto Campos), dois são contrários (Faria de Sá e Jair Soares) e Gerson Perez pode pender para um lado ou para o outro, dependendo da argumentação.


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