São Paulo, sábado, 27 de janeiro de 2001

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CÂMARA

Decisão de presidente da Casa favorece candidato peessedebista

Tucanos têm a maior bancada, diz Temer

LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Decisão anunciada ontem pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), favorece a candidatura do tucano Aécio Neves (MG) à sua sucessão.
Temer decidiu que o PSDB é o maior partido e, consequentemente, terá o direito de indicar o candidato oficial à presidência da Casa na eleição de 14 de fevereiro.
O peemedebista considerou 15 de dezembro do ano passado, quando se encerrou o ano legislativo, para calcular o tamanho das bancadas. O PSDB tinha 105 deputados, contra 103 do PFL.
Com essa definição, o PT tende a apoiar Aécio, garantindo mais 56 votos para o tucano. O PT, que costuma votar unido, até agora não havia decidido, esperando a decisão de Temer.
Segundo o líder do PT na Câmara, Aloizio Mercadante (SP), o "critério decisivo" para a definição do partido será o compromisso de cada candidato com a plataforma de mudanças no Legislativo apresentadas pelo PT.
"Mas o fato de o PSDB ter a maior bancada vai ser levado em consideração. Com certeza, a decisão favorece a candidatura de Aécio Neves", disse Mercadante.
A decisão de Temer saiu um dia depois de o PSDB ter divulgado um documento assinado pelos 14 senadores do partido em apoio ao candidato do PMDB no Senado, que deverá ser Jader Barbalho (PA). Os dois partidos fizeram acordo para eleger Jader no Senado e Aécio na Câmara.
Principal prejudicado com a decisão, o líder do PFL e adversário de Aécio na disputa, Inocêncio Oliveira (PE), disse que vai recorrer à Mesa da Câmara ou à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Para ele, a data de definição da maior bancada deve ser 1º de fevereiro de 1999, quando os parlamentares tomaram posse.
Numa segunda hipótese, o líder afirmou que Temer deveria ter considerado a véspera da eleição, data tradicionalmente adotada. Inocêncio afirmou que a decisão "foi um presente de Papai Noel para o PMDB e o PSDB".
Temer disse que, de dezembro até agora, não houve mudanças significativas na composição dos partidos e afirmou ter evitado estabelecer o dia 13 de fevereiro (véspera da eleição) para impedir o "corre-corre" interpartidário.
Segundo Aécio, a decisão de Temer vai acelerar a definição de outros partidos em relação à sucessão. "Tenho enorme confiança de que terei o apoio de outros partidos, especialmente do PT."


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