São Paulo, sábado, 27 de janeiro de 2001

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Filho e amigo de Brizola trocam o PDT pelo PT

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

José Vicente Brizola, filho do presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, e mais um grupo de ex-pedetistas gaúchos formalizam sua entrada no PT no próximo dia 18 de março, em Porto Alegre. José Vicente rompeu politicamente com o pai no ano passado e pediu sua desfiliação do PDT do Rio.
Os políticos gaúchos deixaram o partido no ano passado para apoiar o petista Tarso Genro na eleição para a Prefeitura de Porto Alegre, em outubro passado. Entre eles se destaca um dos amigos mais próximos de Brizola: trata-se do ex-prefeito de Porto Alegre Sereno Chaise, que foi cassado em 1964 pelo regime militar.
Magoado com Brizola, Sereno enviou-lhe uma carta de rompimento, que o presidente nacional do PDT diz ter recebido, mas não ter lido.
Na carta, Sereno diz o seguinte: ""O Brizola que conheci e acompanhei durante mais de 50 anos era um político idealista, sério e coerente, que colocava a causa do povo trabalhador acima de vaidades ou interesses. O Leonel Brizola de hoje é a antítese daquele. Que tristeza!"
Outros pedetistas históricos que mudam de lado são os ex-secretários estaduais Dilma Roussef (Minas e Energia) e Milton Zanuazzi (Turismo), o ex-secretário para a Metade Sul Renan Kurtz e os ex-deputados Carlos Araújo e Wilson Müller.
Brizola tem classificado os ex-pedetistas, incluindo Sereno, como traidores, pois Tarso venceu a eleição municipal disputando o segundo turno com o deputado federal Alceu Collares (PDT). Na disputa, Collares aglutinou em torno do seu nome partidos como PFL, PPB, PSDB, PMDB e PL. Tarso e Collares já tinham sido prefeitos da capital gaúcha: o petista administrou a cidade de 93 a 96 e o pedetista de 86 a 88.
O candidato do PT foi eleito prefeito com 63,51% dos votos válidos no segundo turno, contra 36,49% de Collares. A campanha foi marcada pela troca de acusações. Tarso acusou Collares de usar uma "tática fascista" ao explorar fatos relacionados à segurança pública. Já Collares acusou o adversário de lavar "as mãos no sangue inocente das vítimas que são assassinadas". (LÉO GERCHMANN)

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