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Debate é usado para lançar candidatura de Lula
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Um debate com Luiz Inácio Lula da Silva foi incluído na agenda
do Fórum Social Mundial ontem,
e a discussão acabou servindo de
palanque para uma aclamação do
líder petista como candidato à
Presidência em 2002.
Lula foi interrompido sete vezes
com gritos e palmas enquanto falava. Ao final, os 1.500 presentes,
quase todos de pé, gritaram seu
nome e bateram palmas, dizendo
""Brasil, urgente, Lula presidente".
Na mesma oficina, Lula disse
ser favorável à globalização. Ressalvou que ela deve existir de uma
forma diferente da atual. ""Quero
uma globalização que coloque a
sociedade na frente da economia,
que permita a autodeterminação
dos povos, com proteção à ecologia, que tenha metas sociais prioritárias, que preserve o emprego,
pois ele dá dignidade às pessoas."
A oficina com Lula, que não estava na programação original impressa na quarta-feira, chamava-se ""Desenvolvimento e subdesenvolvimento: desconstrução e
construção do Estado". Segundo
a organização do fórum, o debate
foi incitado por ONGs.
Participaram do painel, também, o prefeito de Porto Alegre,
Tarso Genro (PT), e o ex-ministro
do Interior da França Jean-Pierre
Chevénement, que deixou o cargo
recentemente sob acusações de
ter atuado contra os imigrantes.
Lula defendeu a ação do Estado
na economia. ""Não fosse o Estado, os trabalhadores europeus
não teriam chegado ao Estado de
Bem-Estar Social. Nós nem vamos chegar lá. Nascemos pobres e
vamos morrer pobres. Como não
podemos nos conformar com isso, temos que lutar", disse Lula.
A presença de Chevénement
causou protestos na sala e gerou
constrangimento na mesa. Alguns franceses presentes protestaram contra sua presença. O deputado francês no Parlamento
Europeu Alain Lipiez afirmou
que o ex-ministro é ""o que há de
mais reacionário na esquerda
francesa".
(LÉO GERCHMANN)
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