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LINHA VERMELHA
Red terá produtos Armani, Gap, Amex e Converse e recursos serão usados contra doença na África
Bono lança grife para combater a Aids
MARIA CRISTINA FRIAS
ENVIADA ESPECIAL A DAVOS
Bono, líder da banda de rock
irlandesa U2, juntou American
Express, Armani, Converse ( ligada à Nike) e Gap para lançar
no Fórum Econômico Mundial,
em Davos, uma linha de produtos que destinará parte dos lucros para combater a Aids na
África. Vestindo jaqueta jeans e
óculos Empório Armani côr-de-rosa, um dos artigos que a grife
italiana produzirá para a Red,
nova marca criada por Bono, o
pop star disse que estava cansado de perder a luta contra a
doença na África.
"Você se sente vitorioso aqui;
pessoas legais dando tapinhas
nas costas, elogiando porque fui
o "homem do ano" da "Time". Na
verdade, me sinto um pouco
uma fraude, um perdedor entre
os vencedores da neve porque
não estamos ganhando a luta
contra a Aids na África", disse
Bono. "Não é a causa do rock
star, é uma emergência: 6.500
pessoas morrem por dia na África. Populações adultas são varridas, crianças perdendo seus
pais; crianças cuidando de outras crianças."
Os participantes do projeto
disseram ainda não saber precisar quanto poderá ser levantado
com a marca Red. Dependerá
das vendas nos diferentes países.
A Amex criará um cartão vermelho, comercializado inicialmente no Reino Unido, com público-alvo estimado em 1,5 milhão de consumidores.
Segundo John Haynes, diretor
de marketing da empresa, 1% de
cada transação com o cartão Red
irá para o projeto de Bono.
A Converse produzirá tênis
com estampa criada por artesãos de vilarejos africanos, e a
Gap entrará com camisetas. A
Empório Armani, por sua vez,
com óculos de sol, como os usados pelo vocalista, que bem-humorado e atencioso na coletiva,
fez questão de ressaltar que havia comprado os seus.
"A batalha contra a Aids está
sendo perdida por estarmos perdendo a habilidade de chamar
sua atenção", disse Bono à platéia. "Por isso, me juntei a quem
é bom nisso. Giorgio Armani dedicou uma vida de trabalho para
captar a atenção das pessoas."
"Eu me convenci a participar
porque é uma fórmula nova",
disse o estilista. "Além de ajudar
pessoas, o comércio passa a não
ter uma conotação negativa.
Uma pessoa comum pode comprar um artigo vermelho, em vez
de verde, e se sentir participante,
com a mesma qualidade." Segundo Armani, 40% dos lucros
da fábrica com os produtos Red
irão para o projeto.
"Não acho que o comércio seja
ruim. Somos pelo comércio ético. Quero que seja bom para eles
[os parceiros] para que se interessem em investir mais. Não é
filantropia, estamos criando um
novo conceito", disse Bono.
Quando indagado se ele não
temia ser usado pelas companhias, Bono respondeu que já foi
muito usado como rock star. E
que custa caro usá-lo.
"Questões trabalhistas são obviamente muito sérias, mas trata-se de uma emergência. Isso
vale o risco de um rock star terminar com um ovo na cara. Foi
uma resposta muito dura? "
O dinheiro angariado pela Red
irá para o Fundo Global contra
Aids, Tuberculose e Malária.
Turnê no Brasil
Com relação à turnê, que fará
no Brasil em fevereiro, Bono disse que estava muito animado
com a viagem para São Paulo, e
mostrou-se informado sobre o
caos na venda de ingressos.
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