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ELEIÇÕES 2006/PUBLICIDADE
Segundo ministro Jaques Wagner, notícia sobre remessa ilegal envolvendo João Santana, cotado para marqueteiro de Lula, é insuficiente para vetá-lo
Planalto nega descartar ex-sócio de Duda
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, afirmou que a notícia de que um dos
cotados para ser o marqueteiro da
campanha de Luiz Inácio Lula da
Silva à reeleição, João Santana, enviou mais de US$ 500 mil para o
exterior por meio de doleiros não
é suficiente para que o seu nome
seja descartado.
"Não é possível que só por uma
notícia se comece a rifar todas as
pessoas. Se for assim, teremos
poucos para trabalhar", disse.
Segundo um assessor direto do
presidente, Santana tem visitado
o Palácio do Planalto com certa
freqüência e prestado uma espécie de "consultoria" a Lula na área
de comunicação. Não existiria, no
entanto, nenhum contrato formal
firmado com o marqueteiro.
Segundo dados levantados pela
CPI do Banestado, uma pessoa
identificada como João C. de Santana Filho e outra (ou a mesma)
apenas como João de Santana fizeram cinco depósitos, no valor
de US$ 528 mil, na conta da Agata
International Holdings no MTB
Bank de Nova York. A Agata é
uma offshore -empresa que não
tem o nome dos sócios identificados- com sede no paraíso fiscal
das Ilhas Virgens Britânicas, cuja
conta bancária seria controlada
por doleiros. O nome completo
do publicitário é João Cerqueira
de Santana Filho.
A maior transação entre as cinco operações foi realizada em 12
de março de 1999, no valor de US$
350 mil. Todas as transações foram transferências a partir de
conta no BankBoston International à conta da Agata no MTB.
Segundo investigação da Polícia
Federal, Duda Mendonça teria
usado o mesmo caminho para
movimentar recursos no exterior.
A PF identificou operações no sistema bancário americano atribuídas ao publicitário e à sua sócia
Zilmar Fernandes Silveira.
Conforme a base de dados do
MTB Bank, eles movimentaram
cerca de US$ 2 milhões entre 1998
e 2000, sempre utilizando como
intermediária a Ágata.
Procurado pela Folha, o publicitário não quis fornecer detalhes
sobre supostos depósitos que recebeu no exterior, ainda quando
era sócio de Duda Mendonça, no
início desta década. "Acho surpreendente esse fato surgir agora.
Os dados me parecem inconsistentes e contraditórios. Já estou
constituindo um advogado para
tratar do assunto."
Wagner disse que o marqueteiro ainda não foi escolhido, já que
Lula "insiste que quer continuar
governando no seu tempo de presidente". Ex-sócio de Duda, Santana fez campanhas no exterior
também, como a do ex-presidente argentino Eduardo Duhalde.
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